O Rock chegou finalmente a Coura, com os míticos The Cult a fazerem o tempo voltar atrás, quando as guitarras dominavam o espectro sonoro e o “rock & roll lifestyle” ainda queria dizer alguma coisa. Ian Astbury e Billy Duffy debitaram uma descarga sonora ainda não vista nesta edição de Paredes de Coura, com a guitarra deste a atingir os níveis habituais nos concertos dos The Cult. “Lil’ Devil” e “Rain” ouvem-se ainda no início do concerto, ainda aqueciam os motores. Com Astbury em grande forma e Billy Duffy a ensaiar o “moinho de vento” característico de Pete Townsend, os Cult partem para um grande espectáculo, para deleite das 18 mil almas presentes no recinto. “Fire Woman” antecede o encore, que trouxe “She Sells Sanctury”, e a multidão entoou o tema já em jeito de despedida, a desejando regresso rápido dos Cult.
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Sendo a actuação mais aguardada da noite, Los Campesinos! encheram a tenda After-Hours, roubando os deambulantes mais teimosos às barracas de cerveja. Em palco são oito, mas parecem muitos mais (a fazer lembrar uns Arcade Fire, se não em estilo, pelo menos em número). Os corpos sempre a mexer e as harmonias de voz feminina e masculina já características da banda, os galeses apresentaram assim um alinhamento onde constaram temas de “Romance is Boring” e ” We Are Beautiful, We Are Doomed”. “Death to Los Campesinos!” é o primeiro grande tema a surgir, ainda no início do concerto, a levar ao êxtase a multidão adepta da cena indie que fielmente assistia. “My Year in Lists” aparece já com metade do concerto decorrido e “We Are Beautiful, We Are Doomed” já quase a acabar. O fim aproxima-se e Gareth Campesinos! não quer deixar Coura sem vir até ao público agradecer e surfar a multidão. As saudades já apertam e Portugal espera um regresso breve destes camponeses.
Com apenas uma guitarra e uma bateria (e uns quantos samples), os Memory Tapes, projecto de Dayve Hawk, iniciaram a vertente electrónica desta edição de Paredes de Coura. Não se sabe muito bem como é que Dayve chegou a Portugal, dado o seu medo de andar de avião, mas o facto é que cá esteve e nos deu a conhecer os temas do primeiro LP dos Memory Tapes “Seek Magic”. Sem nunca agarrar bem o público, o duo em cima do palco acabou por proporcionar um bom ambiente sonoro para os campistas, alguns deles já em Coura há vários dias.
O primeiro dia fechou com Isidro Lisboa. O radialista da Nova, na faceta DJ, extendeu a noite até às 6h da manhã, alternando temas recentes com a onda 80’s, sem fugir muito da cena rock.
Paredes de Coura 2010 – Dia 1: Entrevistas (7.88 MB)
Reportagem: Ricardo Machado e Tiago Cavaleiro
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