Stumpwork, o novo álbum dos Dry Cleaning
A banda britânica Dry Cleaning lançou, no dia 21 de outubro, o seu segundo álbum ‘Stumpwork’, produzido por John Parrish no Rockfield Studios, editora 4AD .
Normalmente classificado como pós-punk, os Dry Cleaning não estão propriamente incluídos neste género, apesar de partilharem algumas das suas características. Na realidade, eles tocam e misturam vários tipos de músicas, acabando por criar o seu próprio estilo – algo que provam no ‘Stumpwork’, onde exploram ainda mais a sua criatividade e novas influências musicais. Neste novo álbum, demonstram também uma sonoridade espetacular, desde o forte e marcado baixo de Lewis Maynard (destacado num som mais funk em Hot Penny Day), aos diversificados rifs de guitarra de Tom Dowse, passando pela palavra cantada de Florence Shaw, que dá um efeito meio sarcástico, e finalizando com a sublime percussão de Nick Buxton.
As letras de Florence Shaw, sobre o tudo e o nada, criam uma descrição do quotidiano que facilmente leva o ouvinte a sentir-se identificado (como na fuga de uma tartaruga terrestre, na canção Gary Ashby, por exemplo). Estas histórias, aparentemente aleatórias, acabam por se interligar de maneira brilhante, numa espécie de teia. Através delas, vemos alguns comentários sobre a realidade atual e a sociedade, como em Kwenchy Kups e Anna Calls From The Artic.
Este álbum não nos remete para um certo espaço ou tempo, e é aí que reside a sua maior importância. É um álbum muito coeso permitindo, a par da visão geral que transmite enquanto o escutamos, estarmos concentrados apenas nele, absorvendo todos os seus pequenos detalhes, evoluções e diferenças.
Rodrigo Freitas
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