Alumni a dar música – The FEUP Alumni Playlist #23 – Rafael Lopes

Alumni a dar música” é uma rubrica musical em formato Podcast do Gabinete Alumni da Talent Unit da FEUP em parceria com a Engenharia Rádio que traz todos os meses as escolhas musicais dos nossos Alumni. Na 23ª edição do “Alumni a dar música” temos a escolha musical da alumnus Rafael Lopes.

Rafael Lopes

Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (2012)

 

A “desafiante” playlist de Rafael Lopes

Quando fui desafiado a fazer uma playlist pensei que ia ser um exercício relativamente simples. O problema foi quando comecei a ter que deixar músicas fora da lista porque já eram demasiadas. Foi então que decidi olhar para os meus CD’s e perceber aqueles que falavam mais alto.

Sabia que tinha que ter na lista as duas minhas primeiras grandes descobertas musicais: Led Zeppelin e John Coltrane. Quando ouvi o início da “Stairway To Heaven” fiquei fascinado de tal forma, que decidi adicioná-la às músicas que estudava enquanto aprendiz de guitarra clássica. O “Love Supreme” surge na mesma altura, mas com a seguinte confusão: se por um lado não percebia nada do que estava a ouvir, por outro, a música desafiava-me a ouvir outra e outra vez, e sempre que a ouvia ria-me de satisfação. Músicos como Freddie Hubbard, Lee Morgan ou Herbie Hancock tiveram a genialidade de criar músicas que me divertem, que me desafiam a entender e a descobrir todos os seus detalhes. Pensando nestes músicos, não podia deixar de fora nomes portugueses que também me “falaram” com muito vigor.

Eu já conhecia a Maria João quando descobri o seu quinteto. O que me deixou mais desconcertado foi a sua capacidade de fazer coisas tão diferentes. E se falo nela, tenho que falar no seu grande companheiro musical: o Mário Laginha. Podia colocar na lista uma das muitas parcerias que eles têm, mas decidi homenagear o grande compositor que ele é: em “Terra Seca” a guitarra portuguesa é trazida para o mundo jazz de forma ímpar. Nesta linha de pensamento, o “Ao paredes confesso” do Bernardo Moreira tornou-se obrigatório.

Voltando ao rock, queria incluir mais algumas escolhas para fazer companhia ao Robert Plant. Ao olhar novamente para os CD’s percebi que tinha duas escolhas óbvias: Quarteto 1111 e Zarco. Além de terem a particularidade de serem portugueses, as duas bandas apresentam uma linguagem musical que eu considero de alguma forma refrescante para as suas épocas (ainda que por razões diferentes): “Cantamos Pessoas Vivas” em 1975 e “Spazutempo” em 2019.

Para finalizar a minha playlist, sabia que queria trazer algo que fosse diferente. Já não sei quando é que descobri a Buika. O que sei é que sempre que a ouço, com aquela voz poderosa no meio da guitarra flamenca fico com a certeza de que a música é mais do que as notas que se tocam. Por esta razão a minha escolha final é o Camané a ser acompanhado pelo saxofone do Ricardo Toscano.

 

PLAYLIST de Rafael Lopes

 

  1. Led Zeppelin (1970) – Stairway To Heaven
  2. John Coltrane (1965) – A love supreme (Acknowledgement)
  3. Freddie Hubbard (1991) – Bolivia (Walton)
  4. Lee Morgan (1964) – Search for the new land
  5. Herbie Hancock (1962) – Watermelon Man
  6. Quinteto Maria João (1983) – Snitram
  7. Mário Laginha (2013) – Terra Seca
  8. Sexteto Bernardo Moreira (2002) – Verdes Anos (Carlos Paredes)
  9. José Cid e Quarteto 1111 (1975) – Cantamos pessoas vivas
  10. Zarco (2019) – P’ra lá do Rio
  11. Buika (2017) – Dios de la nada
  12. Camané (2021) – Às vezes há um silêncio

 

Gabinete Alumni da Talent Unit da FEUP em parceria com a Engenharia Rádio.

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