Web Summit 2021 – Conferência de Imprensa de Paddy Cosgrave
Numa das conferências de imprensa mais esperadas da Web Summit, Paddy Cosgrave revelou os números da edição e ainda teve oportunidade de responder a perguntas dos jornalistas, muitas das quais aqueceram o ambiente na sala onde a mesma se realizou.
Com uns minutos de atraso, Paddy Cosgrave, Co-founder & CEO da Web Summit, entrou na sala de conferências de imprensa onde um mar de jornalistas o esperava, ansioso por colocar as questões mais inquietantes ao centro das atenções do evento.
Começando por agradecer a todos aqueles que se juntavam a esta conferência de imprensa e ainda antes de permitir que se iniciasse a ronda de perguntas e respostas, Paddy Cosgrave pediu apenas uns minutos para divulgar alguns números da edição 2021 do evento tecnológico, começando pelos 42,751 participantes, sendo que, a juntar ao staff da Web Summit, seriam perto de 51,000.
Prosseguiu com a afirmação de que, nos últimos 7 anos, a organização tem-se debruçado sobre o problema da escassez de mulheres na área da tecnologia, tendo acrescentado que foi um tremendo feito o que conseguiram alcançar até à data. De relembrar que existe um espaço exclusivo na FIL apenas para mulheres, apelidado de Woman in Tech.
Repetindo aquelas que já tinham sido as afirmações de Pedro Siza Vieira, Ministro da Economia, durante a cerimónia de abertura no passado dia 1 de novembro, Paddy fez questão de reforçar que Portugal é, neste momento, o país mais vacinado do mundo e que este fator em muito influenciou a possibilidade de o evento se realizar de forma presencial já este ano.
Entre algumas curiosidades, fez saber que é esperado o consumo de duas toneladas de comida durante os dias da realização do evento e, quanto a números, ficou por aqui.
Ainda assim, mesmo antes de passar para as questões dos jornalistas que ouviam atentamente as afirmações que Paddy Cosgrave ia fazendo, não pôde deixar de criticar a COP26 por não cumprir o propósito para o qual se realiza, mencionando que na Web Summit se fazem progressos muito mais impactantes em prol do combate às alterações climáticas do que nesta cimeira que junta líderes mundiais para debater o futuro do clima.
Passando para a presença de startups e restantes empresas, o CEO da Web Summit aproveitou para salientar que muitos dos unicórnios (empresas que atingiram a marca de 1 bilião em bolsa e/ou empresas emergentes) que aqui estão presentes eram completamente desconhecidos até há bem pouco tempo e, durante a pandemia, tiveram a oportunidade de crescer e marcar assim presença na edição deste ano. Muitas destas startups e empresas, segundo Paddy Cosgrave, pisam pela primeira vez o palco ao longo destes 4 dias do evento.
Relativamente à pandemia, Paddy Cosgrave mencionou que até junho não sabiam se seria possível organizar presencialmente o evento e que, apenas no final desse mês, souberam que poderia haver essa possibilidade, contando com a aprovação da DGS e do Governo Português. Acrescentou ainda que, mesmo durante o mês de agosto, eram várias as incertezas que ainda pairavam sobre a realização do evento, incluindo, por exemplo, o número de participantes que seria possível trazer até Lisboa. No entanto, durante o mês de Setembro, foi ficando cada vez mais claro de que seria possível realizar a edição de 2021 da Web Summit de forma presencial, entre o Altice Arena e a FIL.
Em jeito de auto parabenização, reforçou que o software usado na conferência, quer pela organização, quer pelos participantes, é da autoria da Web Summit e fez ainda questão de referir que o mesmo foi já vendido às Nações Unidas e, mais recentemente, à CES, uma das maiores conferências tecnológicas do mundo, que se realiza anualmente em Las Vegas, Estados Unidos. Sobre esta última venda, Paddy mencionou que “é uma grande honra ter o nosso software a ser utilizado num evento destas dimensões”.
Ainda relativamente à Opening Night, elogiou Frances Haugen, a Whistleblower do Meta (o novo nome da empresa de Mark Zuckerberg, mais conhecida pelo seu antigo nome, Facebook), dizendo que “foi fantástica e tem dominado os títulos noticiosos por todo o mundo”.
Quanto aos participantes, a maioria, segundo Paddy Cosgrave, são estudantes, engenheiros e entusiastas pelo mundo da tecnologia e vêm de todas as partes do mundo, o que “é fantástico”.
Para terminar esta já longa introdução à conferência de imprensa, fez questão de agradecer à polícia e às forças de segurança portuguesas pelo excelente trabalho que têm desenvolvido, especialmente tendo em conta que as circunstâncias são complicadas, ainda para mais com um volume elevado de participantes sob fortes restrições de saúde pública.
Abertas as questões, o clima rapidamente aqueceu com uma pergunta política relacionada com a Irlanda, onde Paddy se recusou a responder a parte da questão, tendo o microfone sido tirado ao jornalista e passado ao seguinte.
Questionado sobre a realização de um evento no Brasil e se o mesmo se realizaria no Rio de Janeiro ou em Portalegre, Paddy respondeu que ainda não tinha sido tomada nenhuma decisão, mas que as conversações ainda estavam em curso.
A questão que se seguiu foi provavelmente a mais inteligente que lhe foi colocada. Em resposta à pergunta do Observador relativamente à não presença física de Nick Clegg (VP of Global Affairs do Meta – Facebook) e de Chris Cox (CPO do Meta – Facebook), estando os mesmos a participar à distância, sendo que a organização não permitiu que nenhum participante pudesse participar online e de forma integral na Web Summit 2021, Paddy Cosgrave respondeu que apenas a 48h da palestra de Nick Clegg é que souberam que não seria possível que o mesmo estivesse presente, o que lamentava dado que a entrevista feita pelo jornalista do Financial Times foi “muito boa”. Quanto a Chris Cox, não respondeu. Certo é que, as duas figuras em destaque do Meta (Facebook) nesta edição da Web Summit acabaram por não marcar presença física no evento.
Passando à parte económica, em resposta a uma pergunta relativa aos dados que apontam que o lucro alcançado com a realização do evento seja menor do que em edições passadas e sobre o impacto que o mesmo poderá ter no contrato e na realização de próximas edições em Portugal, Paddy Cosgrave limitou-se a dizer que “não comento as eleições que se aproximam e esse será um assunto que teremos de ver após as mesmas”.
Por fim, num momento mais descontraído da conferência de imprensa, o CEO da Web Summit respondeu a uma pergunta relativa à possibilidade de organização do evento em Espanha mencionando que já teve conversações com Pedro Sánchez, Presidente do Governo Espanhol, mas que, apesar de ter sido uma opção, Lisboa acabou por ser a cidade de eleição.
Ainda antes de sair da sala de conferências de imprensa, um jornalista italiano tomou a palavra, a cappella e sem microfone, dizendo que “antes da Espanha vem a Itália, Paddy!”
O que não faltam são pretendentes à organização do evento nos seus países de origem.
João Pires e Pedro Pacheco, Tech4U
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