A segunda conferência do dia em que o Tech4U esteve presente foi a de Daniela Braga, fundadora e CEO da Defined.ai. A portuguesa que lidera uma das empresas com mais sucesso mundial na área da Inteligência Artificial respondeu às questões dos jornalistas após um comunicado que anunciou o rebranding da sua empresa.

Entrando na sala de conferências de imprensa acompanhada da Diretora Global de Comunicações e de Marca, Catarina Peyroteo, anunciou desde logo aos jornalistas presentes que iria ler um comunicado e que, se restasse tempo após a leitura do mesmo, estaria disponível para responder a todas as questões que os mesmos tivessem.

Assim sendo, o comunicado centrou-se no rebranding da Definedcrowd, que passa agora a ser apelidada de Defined.ai, bem como na nova estratégia por detrás desta mudança de nome. Anunciou a criação de um GitHub de Inteligência Artificial, disponível para todos (open source), contendo tecnologias e modelos de Inteligência Artificial de forma a que “esteja disponível para todos, tornando assim a oferta mais unificada”.

O comunicado foi lido no tempo suficiente para que ainda restasse mais algum para um conjunto de perguntas.

Uma das primeiras questões pretendia perceber quais os três objetivos pós pandemia que Daniela Braga tem em mente para o futuro da sua empresa. Em resposta, a fundadora da Defined.ai destacou as pessoas como o primeiro objetivo, anunciando um team-building presencial em Lisboa com todos os funcionários da empresa de forma a combater o período em que estiveram no conforto das suas casas, sem estar em contacto físico com os seus colegas de trabalho, durante a pandemia. Seguiu-se a competição com outras empresas e negócios emergentes da mesma área de atuação que a Defined.ai, tendo Daniela Braga mencionado que a empresa teria de passar mensagens mais fortes e apostar na publicidade e no marketing. Por fim, mencionou que o terceiro objetivo seria a preparação para a próxima ronda de investimento, o que foi motivo para umas gargalhadas simpáticas entre o conjunto de jornalistas que se encontrava presente.

Seguiram-se duas perguntas relacionadas entre si, feitas por dois diferentes jornalistas, que tinham como objetivo perceber quais os planos da empresa para combater as cada vez mais restritivas legislações aplicadas ao tratamento e processamento de dados na União Europeia. Daniela Braga começou por dizer que “nós somos a [empresa] seguradora para os dados”, acrescentando que não armazenam nem nunca irão armazenar dados de qualquer indivíduo sem a devida autorização do mesmo. Referiu ainda que a União Europeia deveria começar a atuar como uma espécie de Estados Unidos da Europa se quisesse ter sucesso, dizendo ainda que a empresa tem sido uma alternativa clara para empresas que não lidam da forma mais correta com os dados.

Em resposta a uma questão que surgiu relativamente ao domínio das gigantes do mundo da tecnologia, como a Google e a Microsoft, onde trabalhou durante 8 anos até fundar a sua empresa, Daniela Braga começou por dizer que não podemos alterar o passado, apenas o futuro, mas adiantou ainda que foi graças a estas empresas que muitos dos projetos emergentes do mundo da tecnologia obtiveram financiamento, o que nunca teria sido possível no mundo académico.

Por fim, questionada sobre o seu papel na National AI Research Resource Task Force dos Estados Unidos da América, na administração de Joe Biden, esclareceu que o objetivo principal é criar guias, modelos e democratizar o acesso às tecnologias, nomeadamente aos dados e à Inteligência Artificial. Acrescentou ainda que a administração Biden está muito atenta a todos os escândalos e situações que se têm intensificado nos últimos anos, nomeadamente o mais recente caso do Facebook, denunciado por Frances Haugen.

João Pires e Pedro Pacheco, Tech4U