Alumni a dar música – The FEUP Alumni Playlist #11 – Viviana Silva
“Alumni a dar música” é uma rubrica musical em formato Podcast do Gabinete Alumni da Talent Unit da FEUP em parceria com a Engenharia Rádio que traz todos os meses as escolhas musicais dos nossos Alumni. Na 11ª edição do “Alumni a dar música” temos a escolha musical da alumnus Viviana Silva.
Viviana Silva
Licenciatura em Engenharia Química (1997)
Doutoramento em Engenharia Química (2003)
Especialista Sénior em Sustentabilidade para Estratégia e Sustentabilidade Empresarial na BASF SE
As enérgicas escolhas musicais de Viviana Silva
O meu gosto pela música vem do meu pai, que fez questão de dar aos filhos a maior riqueza que podia dar, uma boa educação promovendo a cultura, o conhecimento e o desporto. “Mente sã em corpo são” dizia ele vezes sem conta. Construiu uma discoteca com mais de 1000 discos de vinil, comprados na discoteca Galáxia em Viana do Castelo. Estava sempre a par das novidades mundiais e aconselhava o dono e amigo da discoteca quais os discos que devia encomendar. Tive uma educação musical muito eclética, a começar pela música francesa (Édith Piaf, Jacques Brell, Charles Aznavour, Jean Michele Jarre, …). A que mais me tocou até hoje, por isso a minha primeira escolha é Ne me quitte pas de Jacques Brell.
Voando para os Estados Unidos da América, para além do rock, o meu pai era um grande fã de jazz, blues, country, soul, folk, gospel… Por isso nomes como Bruce Springsteen, Frank Sinatra, Elvis Presley, Miles Davis, Ray Charles, Aretha Franklin, Bob Dylan, Cat Stevens, Simon & Garfunkel, and many more, foram parte da minha infância. Já como adolescente, fiquei marcada pelo “The Boss” e os seus álbuns “The River” e “Born in the U.S.A.”; sendo difícil a seleção, escolho uma música que dancei muito também até e durante os tempos na FEUP: Dancing In the Dark de Bruce Springsteen.
Antes de ir até ao Brasil, faço uma pequena paragem na Jamaica, para mencionar, Bob Marley, e a música No women, no cry lançada no ano em que nasci. Esta música diz às mulheres para não chorarem, e, segundo o baixista da banda Wailers, a música é sobre a força das mães, a força das mulheres: “Elas têm que ser como uma leoa! Mulher forte, sabe, que não depende do homem.”. Por isso esta é uma homenagem às mulheres da minha vida, a começar por aquela que me trouxe ao mundo, a minha mãe!
Agora já no Brasil, as memórias são imensas, como Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso, Tom Jobim, Roberto Carlos, Ney Matogrosso, … A minha memória preferida, mais uma música da minha idade, mas tão bela que parece tão jovem! Como eu… 😊 Agora falando a sério, esta música é a prova de que às vezes em momentos difíceis nos reinventamos e superamos. Tom Jobim escreveu esta música num momento difícil da sua vida e de depressão. Esta música tem transcendido várias gerações graças à qualidade de arranjos, melodia e letra e representa uma vitória que surge de um momento de derrota. Como atravessamos tempos difíceis, devido à pandemia do Covid-19, deixo como símbolo de esperança e lembrança da nossa resiliência como seres humanos. Águas de Março de Elis Regina & Tom Jobim .
Regressando agora à Europa, mais concretamente ao Reino Unido, várias são as memórias musicais que perduram: U2, The Beatles, Pink Floyd, Eric Clapton, The Doors, Dire Straits, Queen, … Aqui quero destacar a banda irlandesa U2, a minha banda preferida de todos os tempos, e o seu vocalista Bono, uma personagem inspiradora, não só pelo talento musical, mas também pela sua dedicação a causas humanitárias. Assim, escolho a música One, que foi lançada como uma canção de caridade para apoio à investigação da SIDA e é frequentemente utilizada pela banda para promoção dos direitos. Esta canção faz parte do álbum “Achtung Baby”, que começou a ser gravado em Berlim no final de 1990, onde a banda procurava inspiração na véspera da reunificação alemã.
Para finalizar a influência musical do meu pai, não poderia deixar de referir a música portuguesa, desde o Fado até ao Rock. Nomes como António Variações, Carlos do Carmo, Amália, António Variações, Fernando Tordo e Carlos Mendes, Trovante, Rui Veloso, são somente alguns dos muitos que me recordo. O meu tributo vai para Trovante, com a magnifica canção Ser Poeta.
Cheguei agora ao ano de 1992, ano em que entrei na FEUP, é marcado pela canção Light My Fire dos Doors . Esta era a música que eu ouvia no volume máximo e dançava freneticamente para sacudir os nervos e elevar a minha confiança antes de ir para os exames nacionais de acesso ao ensino superior, em especial a PGA (Prova Geral de Acesso). Esta prova foi muito contestada por estudantes em todo o país, e eu própria fui um dos cerca de mil alunos que em Viana do Castelo bloquearam a passagem da ponte, onde houve confrontos com a polícia. Foi em 1992 que entrei na FEUP, e aí também a população estudantil continuou a manifestar-se, agora contra o aumento das propinas. Estes protestos foram os primeiros protestos que uniram os estudantes portugueses desde o movimento estudantil da década de 1960 e culminaram nos protestos contra a então Ministra da Educação, Manuela Ferreira Leite em 1994, e, em sequência desta insurreição, a minha geração foi apelidada de a “Geração Rasca”. Por isso, em memória desses tempos aqui fica Light my Fire.
Durante os meus tempos de estudante na FEUP, várias foram a músicas estrangeiras e portuguesas que me acompanharam e marcaram, durante a praxe, a Queima e todas as noites passadas nos bares e discotecas. The Cure, Pixies, Guns N’ Roses, Aerosmith, Nirvana, Pedro Abrunhosa, Xutos e Pontapés, GNR, e Resistência são alguns dos músicos / grupos que quero mencionar. Em memória dos meus tempos na Rua dos Bragas, escolho Friday I’m in Love dos The Cure e Pronúncia do Norte dos GNR. Contudo o meu destaque vai para o Hino de Engenharia, da Tuna da FEUP – TEUP.
Em 1997, concluo a licenciatura e inicio o meu doutoramento na FEUP, na Rua dos Bragas, e que concluo anos mais tarde na nova FEUP no Pólo da Asprela. Este período, foi marcado por muitas descobertas científicas e muitas novas amizades, e com elas novas descobertas musicais: Silence 4, Moby, Ornato Violeta, Morcheeba, Dido, Eminem, Portishead, Bjork, Skunk Anansie, Cold Play e muitos outros. Como tributo a este período, marcado por bons e maus momentos escolho Trouble So Hard de Moby e Roads dos Portishead .
Poderiam pensar que aqui termina a minha história na FEUP e a minha seleção musical, mas não… Anos mais tarde, em 2007, volto à FEUP como Investigadora Auxiliar, e aqui encontro o Pedro, com quem me casei em 2010, e a quem lhe dedico My Way de Frank Sinatra. Ainda nos tempos da FEUP, em 2011, assinalo o evento mais importante da minha vida, o nascimento do meu filho, Luís Guilherme, o meu tesouro! Gostamos muito de ouvir música e dançar, e a nossa música favorita atual é Natural dos Imagine Dragons. E agora sim, concluo a minha seleção musical, com pena, pois muitas outras excelentes músicas ficam a faltar. Mas, quiçá, poderei daqui a uns anos partilhar mais outras músicas e histórias… Até lá, espero que gostem e desfrutem desta playlist.
PLAYLIST de Viviana Silva
- Ne me quitte pas – Jacques Brell
- Dancing In the Dark – Bruce Springsteen
- No women, no cry – Bob Marley
- Águas de Março – Elis Regina & Tom Jobim
- One – U2
- Ser Poeta – Trovante
- Light My Fire – The Doors
- Hino de Engenharia – TEUP
- Trouble So Hard – Moby
- Roads – Portishead
- My Way – Frank Sinatra
- Natural- Imagine Dragons
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