“Sol Posto” – à conversa com os Capitão Fausto

Capitão Fausto, a banda lisboeta que jamais terá os dias contados nos nossos corações, e que aclaram o dia de quem os ouve com músicas que se entoam na alma, e de lá não querem sair. Desde “Capitão Fausto”, lançado em 2010 até ao mais recente álbum “A Invenção do Dia Claro”, são muitos os minutos que compõem o repertório da banda composta por Domingos Coimbra, Tomás Wallenstein, Manuel Palha, Salvador Seabra e Francisco Ferreira.

Na impossibilidade de dar concertos, a criatividade cantou mais alto e surgiu a possibilidade de transformar a sala de cinema no recinto do teu festival de música preferido, através do filme concerto “Sol Posto” realizado pelo Ricardo Oliveira a estrear hoje às 20h00!

A propósito deste filme concerto, a Engenharia Rádio esteve à conversa com Domingos Coimbra, baixista da banda, que gentilmente respondeu a algumas curiosidades sobre esta grande estreia.

“É importante que continuemos a passar esta mensagem de que é possível, de que é importante, e de que ao irmos a espetáculos, ao cinema, e os artistas a fazerem os possíveis para que eles (os espetáculos) aconteçam, estamos a contribuir para uma coisa melhor!” – Domingos Coimbra

MARIA: O que vai acontecer quando o sol se puser no dia 20.11.20, às 20h00?

DOMINGOS: Vai acontecer nem mais, nem menos o “Sol Posto” que foi um filme concerto que nós fizemos juntamente com o Ricardo Oliveira, e, basicamente, é a nossa estreia no cinema com uma longa metragem. Tal como o nome indica, estamos à procura através do filme concerto que a música consiga chegar às pessoas, desta vez, através da lente e direção do Ricardo. Acaba por ser um filme sobre, obviamente, um concerto, mas é mais do que um concerto, porque traz uma perspetiva mais íntima da banda e de todo o processo à volta da preparação desse concerto. Por isso, quando o sol se puser nesse dia podem esperar um bonito concerto e mais coisas de uma hora e pouco.

 

MARIA: “Passados os ventos, vemos o Sol a brilhar”. Sentem que este filme concerto fará com que o sol de cada espectador brilhe depois de saírem da sala de cinema?

DOMINGOS: Eu acho que se as pessoas saírem das salas de cinema com um sorriso na cara, significa que tiveram uma boa experiência, e que aquilo que fizemos teve sentido e direção para alguém. Por isso estamos a contar com que o pessoal saia a brilhar.

 

MARIA: Da trilogia: “crepúsculo, anoitecer, alvorada”, qual foi o momento mais desafiante para tocar?

DOMINGOS: Eu acho que foi o anoitecer, porque estivemos a tocar mesmo no meio do nada, lá em Melides: areia, humidade, eletricidade dúbia, teclados a estragarem-se, frio (muito frio), mas também é talvez o set mais bonito, e que já dá para ver o trailer  com todos os veículos, tratores e as luzes… Por isso foi agreste e fazíamos sessões de 6 a 8 horas em que tínhamos de montar tudo sempre que íamos para o set. Foi um grande desafio. Tanto a alvorada como o pôr do sol também tiveram outros desafios… Como tínhamos uma hora muito específica para filmar (uns 30/40 minutos tanto quando o sol nasce, como quando o sol se põe) a pressão era muito maior, não podíamos falhar, porque estávamos a gravar em direto, os takes tinham de sair bem, ou no dia a seguir tínhamos de fazer tudo outra vez. Por isso, houve muitos desafios em cada set.

 

MARIA: Existe algum momento memorável que não foi captado pela câmara?

DOMINGOS: Felizmente, existe um bom momento que foi captado por outra câmara que foi a série que nós fizemos, enquanto lá estávamos, chamada “casos e casos” . Por isso, se quiserem, é um bom momento, não do filme, mas do que se passou nas filmagens do “Sol Posto”, e eu recomendo! Acho que é um episódio muito sentimental…

 

MARIA: Se pudessem alterar a forma dos raios de sol com uma mensagem que pudesse ser lida por todo o mundo, qual seria?

DOMINGOS: Sem querer estar a entrar nos grandes assuntos do mundo e da humanidade, só o simples facto de estarmos a sentir que é possível continuar a consumir cultura numa altura como esta, eu acho que é positivo e é importante que continuemos a passar esta mensagem de que é possível, de que é importante, e de que ao irmos a espetáculos, ao cinema, e os artistas a fazerem os possíveis para que eles aconteçam (os espetáculos), estamos a contribuir para uma coisa melhor!

 

MARIA: Está feito! Muito obrigada, Domingos!

DOMINGOS: É isso, muito obrigado!

 

Se ficaste curioso para viver este concerto não ao vivo, mas sim a cores bem cinematográficas, ainda vais a tempo de comprar o teu bilhete! O passo a passo encontra-se na última notícia  🙂

 

Maria Alves da Silva

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