Reportagem Elétrico 2019

Entre os dias 26 e 28 de Julho, o parque da Pasteleira, na zona ocidental da Invicta, recebeu novamente o Elétrico, um festival de música eletrónica com três dias dedicados à boa disposição e tranquilidade.

Durante a tarde do terceiro dia @Mário Rocha

 

Tendo como slogan “A festival that makes your energy flow“, os dançarinos do Elétrico foram absorvidos pelo equilíbrio de elementos da natureza como o verde do relvado do parque, o sol intenso que se fazia sentir e a água do lago, rio e mar. A juntar a isto, era frequente a passagem de aviões, dando asas à imaginação e trazendo um sentimento de energia positiva a um evento que teve maior adesão do que na edição do ano anterior.

De facto, sentia-se um bem estar através das sonoridades criteriosamente escolhidas pelos artistas convidados. Do House ao Techno, do Funk ao Disco, passando pelo Jazz, Soul e Hip-Hop, havia a clara noção da harmonia e estabilidade entre a música e o meio envolvente, necessária para dar a melhor experiência aos espetadores.

Vista geral do palco durante a atuação dos Inner City @Mário Rocha

No primeiro dia tocaram os portugueses João Dinis e Diana Oliveira, assim como, o islandês Janus Rasmussen da banda Kiasmos, o americano residente em Berlin Levon Vincent, diretamente de Detroit, a irreverência dos influentes e antigos Inner City com nova cara à exceção da lenda Kevin Saunderson e o techno do alemão Marcel Dettmann. De fato, o House foi uma constante durante os três dias, mas só no primeiro é que a intensidade e a agressividade do techno de Marcel tomaram o palco do Elétrico fazendo do parque da Pasteleira uma fábrica a céu aberto.

A abrir o segundo dia, o back to back do residente do Indústria, Tiago Carvalho, com o diretor de programação do festival Vasco Valente. Em seguida, supostamente outro b2b com D’julz e Magazino embora o francês, ao que parece, não compareceu.  Depois, foi possível escutar a israelita residente em Berlin Maayan Nidam e, logo a seguir, o minimal (constante desde a primeira edição), do romeno Petre Inspirescu, assim como dos franceses Apollonia. A terminar, tal como no dia anterior, a experiência, a inteligência e a genialidade do americano Kerri Chandler. Que maneira de terminar mais um dia! O House extremamente contagiante e revigorante fizeram do parque uma pista de dança bastante grande.

Por fim, começou com os back to backs de Helena Guedes e Maria Gambina, bem como, de João Tenreiro e Leo Cruz, seguidos de três nomes que em muito engrandecem o festival do ponto de vista qualitativo e de afirmação. o inglês Matthew Herbert e dois artistas americanos absolutamente decisivos na cena House do país, Theo Parrish e a estrela Moodymann. Estes últimos atuaram durante cinco horas e, além de serem mestres no Disco, Funk e Soul, ainda deixaram ouvir Led Zeppelin, Tribe Called Quest, BB King, Wu tang Clan e J Paul. Percebe-se o ecletismo. A terminar, tal como no ano passado, o capitão Rui Vargas.

Durante a tarde do último dia @Mário Rocha

Numa organização novamente muito bem conseguida entre a agência RDZ, o Indústria e a BySide, ficou clara a sensação de que após uma primeira edição, de novidade, se esperava mais público. Houve mais adesão, embora não o aceitável. De qualquer forma, certamente, em poucos anos, se tornará num festival de música de grande aceitação por parte da cidade e não só. É de realçar os apoios e parcerias que estiveram presentes no recinto como a Porto., Absolut, Beefeater e Mupi Gallery (Maus hábitos) que em muito fortificaram a estrutura deste segundo Elétrico.

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Mário Rocha

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