Reportagem do NOS Primavera Sound 2019
Nos passados dias 6, 7 e 8 de junho, a Engenharia Rádio esteve presente na edição de 2019 do NOS Primavera Sound (NPS), no Parque da Cidade do Porto. O “Primavera”, como é carinhosamente chamado pelos seus fãs, é um festival que, nas suas mais recentes edições, prima por trazer nomes fora do mainstream e que ainda não tiveram lugar em coliseus ou “grandes festivais”.
A aposta num cartaz mais eclético foi evidente, porém, os nomes mais alternativos não foram esquecidos. Apesar de alguns cancelamentos de última hora como Mura Masa, Kali Uchis, Ama Lou e Peggy Gou, a oitava edição ficou marcada por uma atmosfera diferente, graças a nomes como J Balvin e Rosalia.
Dia 1
No dia de abertura do NPS fomos presenteados com o funaná eletrónico de Dino D´Santiago, seguido pelo suave e agradável concerto da espanhola Christina Rosevinge. De destacar o concerto dos canadianos Men I Trust num registo mais calmo e adequado ao fim de tarde. Com o início da noite, começaram os concertos ditos mais “pesados” e energéticos.
Jarvis Cocker e a banda Jarv Is abriram a noite com um dos concertos mais espetaculares e excecionais desta edição. A energia e o espetáculo proporcionado pelo vocalista dos Pulp foram algo de inexplicável. Algumas horas depois, o grupo Franco-Britânico Stereolab fez um dos melhores concertos da noite. Os ritmos do krautrock misturado com o pop lounge 50 e 60 encheram o Parque da Cidade do Porto e deliciaram todos os que assistiram ao magnifico concerto.
Dia 2
Ao começo da tarde, os músicos portugueses, Prof Jam e Surma, reabriram o festival. Ambos, com concertos bastante interessantes, exibiram o potencial da música portuguesa ao vasto público estrangeiro presente. Logo a seguir, a neozelandesa Adlous Harding deu um concerto algo desafiante, mas não menos interessante. Infelizmente, ao mesmo tempo, decorria o concerto de Jimbainai que se fazia ouvir no palco NOS.
Courtney Barnett deu um dos melhores concertos do segundo dia do festival, provando que o rock “old-school” está bem vivo, e faz frente aos ritmos latinos e eletrónicos que se têm vindo a destacar. Logo a seguir, no palco PULL&BEAR, os Sons of Kemet que vieram em formato big band, com 4 baterias em palco, mostraram as mais recentes tendências do jazz inglês. Continuando em terras de Sua Majestade, James Blake correspondeu às grandes expetativas que haviam para o seu concerto. Um concerto cativante e extremamente bem preparado.
Dia 3
Por fim, o festival da Invicta abriu o dia com O Terno. O trio paulista presenteou os espectadores com um concerto pequeno em tamanho mas grande em qualidade. É claro o enorme potencial do trio e creio que os vamos ver mais vezes na ribalta. Logo a seguir, os Viagra Boys vieram mostrar o que de melhor se faz no post-punk atual. Uma performance carismática e teatral, exibindo uma clara fuga ao estereótipo do post-punk.
Num registo completamente diferente, mas no mesmo palco, Kate Tempest apresentou a poesia incendiária que toca nas feridas da Grã-Bretanha e do Brexit. Não seria possivel falar desta edição do Primavera sem falar do concerto de Jorge Ben Jor. O carioca que trouxe um set com misturas de samba, funk e música tradicional fez mexer a numerosa audiência presente no NOS.
Luís Machado
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