A agenda programática do Misty Fest’18 assinalava para a noite de 20 de Novembro a atuação de Avishai Cohen Trio na Casa da Música, no Porto. No primeiro de quatro concertos em Portugal, o trio liderado pelo israelita composto pelo baterista Itamar Doari e o pianista Elchin Shirinov apresentou-se ao público expectante pela sua performance. Antes deste, o português Francisco Sales apresentou a sua arte ao público portuense, visivelmente grato pela oportunidade de abrir para Avishai Cohen, tal como o próprio proferiu. O guitarrista jazz fez uso de vários loops e pedais com diversos efeitos procurando e alcançando um ambiente cósmico que convidava à viagem introspetiva.

Com a sala mais composta, entrava o contrabaixista Avishai juntamente com os seus dois músicos. Rapidamente se compreendeu que dificil seria mantermo-nos colados à cadeira durante o espetáculo. O virtuosismo pelo qual é conhecido levou Chick Corea a apontá-lo como “um grande compositor” e “um músico de génio”. Cohen para além de um artista jazz de renome assume-se também como um entertainer. Ao vivo, a sua cumplicidade com o contrabaixo foi evidente e, a tempos, parecia dançar com este e ainda executava uns toques de percussão na madeira do mesmo.

Avishai é um músico completo, já era sabido. Na Casa da Música, ele mostrou novamente o seu ecletismo quando no primeiro de dois encores tocou e cantou uma antiga música latina de origem hebraica e hispânica, a “Puncha Puncha”. Antes disso, revelou que Portugal era um dos seus países de eleição e que dentro em breve o israelita irá obter passaporte português.

No segundo e último encore tivemos o prazer de apreciar um dos mais magníficos, complexos e hipnotizantes solos de percurssão de que há memória. Alternando o toque, ora com baqueta ora com a mão, o baterista Itamar Doari encerrou o concerto com uma ovação de pé de todo o público presente.

João Fonseca