RPMM 2018 – A eletrónica invadiu a cidade do Porto

No fim de semana de 28 e 29 de Julho, a alfândega do Porto recebeu o festival de música eletrónica RPMM que celebrou a sua primeira edição. Foram dois dias de um evento musical marcado por um recinto não totalmente completo, o que é natural para uma primeira edição. Ainda assim, a assistência maioritariamente constituída por estrangeiros certamente não deixou de sentir a ligação e harmonia entre o rio Douro e zona histórica da cidade.

Vista do público na tarde de Sábado

Dividido entre o dia e a noite, o RPMM desdobrou-se em vários sítios. Depois de artistas conceituados como o americano Mathew Dear, o alemão Âme e o israelita Guy Gerber no Sábado, e também Damian Lazarus & Ancient Moons e Jackmaster & Jasper James no Domingo, os dançarinos viraram-se para outros palcos. Além da Alfândega, as after-partys ocorreram no Cais Novo na rua de Monchique junto do viaduto do Cais das Pedras, no Gare, na rua da Madeira junto à estação de São Bento e, ainda, no Industria Club na avenida Brasil na Foz.

No sábado, relativamente às atuações, é de realçar o live-act de Mathew Dear e o DJ set de Guy Gerber a fechar o recinto. Infelizmente a sonoridade apresentada pelo mais que conceituado Âme não foi a mais afinada e simétrica para a hora (20h00) e para a localização. Ao mesmo tempo e no seguimento, é de destacar o local principal das after-partys: Cais Novo, tendo sido considerado o ponto mais alto do dia/noite do primeiro dia do RPMM. Dividido em duas salas, estas galerias do Museu do Vinho do Porto podem ser perfeitamente associadas a lugares onde se festejam raves quase que ilegais na cidade. De uma decoração vanguardista, já foram locais para outros eventos e têm uma vista fenomenal para o rio Douto e Vila Nova de Gaia.

No que diz respeito à música, a sala 1 esteve sob curadoria da editora de Toronto NO.19 Music. Do Canadá ouviu-se o techno de parte dos Art Department – Jonny White. Na sala 2 escutou-se tech house com o alemão Matthias Tanzman.

No domingo, é de sublinhar as atuações do eclético londrino Damian Lazarus com a banda Ancient Moons que lançou recentemente o seu segundo disco – Heart of the sky.

Sala 1 do Cais Novo

Numa cidade cada vez mais cosmopolita e atraente é de evidenciar a capacidade de empreendedorismo e interesse que Mário Matos, da promotora You Are We, e restantes membros da organização tiveram pelo Porto e pela localização do evento. É, sem dúvida, um ponto a favor para o crescimento do festival mas, ainda assim, espera-se que o RPMM se abra mais à cidade e aos seus habitantes nas próximas edições, tendo-se notado a falta de público local em comparação com os turistas presentes.

This slideshow requires JavaScript.

Mário Rocha

 

Publicado a

Comentários fechados em RPMM 2018 – A eletrónica invadiu a cidade do Porto