O Parlamento chumbou a abolição das touradas
No passado dia 6 de julho, os deputados da Assembleia da República votaram a proibição das touradas. O projeto de lei do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) que previa a abolição das corridas de touros, e que teve o apoio do Bloco de Esquerda e dos Verdes, não foi aprovado.
O debate e a votação no Parlamento
O parlamento discutiu no passado dia 6 de julho a abolição das touradas, baseada num projeto de lei apresentado pelo PAN. O projeto elaborado pelo partido que é representado por André Silva na Assembleia da República foi apoiado pelo Bloco de Esquerda (BE), que se juntou ao mais recente partido a ter representação parlamentar na oposição às touradas. O PAN e o BE argumentam que as corridas de touros são caraterizadas pela violência contra animais e pela cultura de massacre, neste caso, em relação ao touro. Os ecologistas “Os Verdes” votaram ao lado destes dois partidos.
Do outro lado do debate posicionaram-se o PCP e o CDS, que defenderam as corridas de touros como sendo parte da tradição cultural da população portuguesa e que apelaram igualmente à preservação dos postos de trabalho relacionados com as touradas. A maioria das bancadas de PS e PSD votaram ao lado do PCP e CDS contra a abolição das touradas. As exceções foram Pedro Delgado Alves, Rosa Albernaz, Ana Passos, Luís Graça, Diogo Leão, Hugo Carvalho, Tiago Barbosa Ribeiro e Carla Sousa, do lado socialista, e Cristóvão Norte, do lado social democrata.
Abstiveram-se Carlos Matias, do Bloco de Esquerda, Paulo Trigo Pereira, Alexandre Quintanilha, Ivan Gonçalves, Sónia Fertuzinhos, Luís Soares, Porfírio Silva, Filipe Neto Brandão, Elza Pais, João Torres, Carla Tavares e André Pinotes Batista, do PS, e José Matos Correia, do PSD.
Tauromaquia em queda nas festas académicas
O tema das touradas tem estado em voga recentemente, muito devido ao facto de, nesta legislatura, haver representação parlamentar de um partido abertamente pró-direitos dos animais, como o PAN. Além disso, esta discussão tem sido também tida no âmbito universitário. Em 2016, a Queima das Fitas do Porto deixou de ter a Garraiada como parte integrante da festa académica. Já este ano, em votação dos estudantes, também a Queima das Fitas de Coimbra deixou de integrar uma Garraiada, com mais de 70% dos estudantes que votaram a expressar a vontade de retirar o evento do calendário da Queima das Fitas conimbricense.
Foto: New in Town
Francisco Centeno
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