Reportagem Marc Ribot & The Young Philadelphians na Casa da Música. Por entre o tradicional e o abstrato.
O guitarrista norte-americano Marc Ribot esteve presente no ciclo de jazz, “Outono em Jazz”, promovido pela Casa da Música na passada quarta-feira, o vigésimo quinto dia do décimo mês, na Sala Suggia. Antes dele cantou e tocou o inglês Jack Broadbent, o novo “mestre da slide guitar”.
Por volta das dez da noite subiu ao palco um dos mais consagrados guitarristas da história do jazz, tendo já contribuido nos trabalhos de John Zorn, Tom Waits ou Dead Combo. O seu estilo flutua entre a cacofonia e o swing jazzístico. Apresentou-se na Casa da Música acompanhado pelos The Young Philadelphians, banda composta por um trio de cordas – Axel Lindner (violino), Max Haft (violino) e Nathan Bontrager (violoncelo) – e ainda Jamaaladeen Tacuma no baixo, Al MacDowell no baixo piccolo e Grant Calvin Weston na bateria.
Apresentou faixas do seu mais recente disco “Live in Tokyo” que olha para paisagens musicais de forma invulgar e por vezes até abstrata, arriscaria. O seu universo distópico vai beber a um dos maiores do free jazz, Albert Ayler. Alternativo e por vezes barulhento, as suas melodias exuberantes depressa se desintegravam e voltavam novamente ao lugar. Isto apenas é possível para alguns e Ribot é um dos poucos.
Naquela noite, Marc exibiu uma impiedosa amálgama de sensações que, por vezes, desnorteou o público presente, mas nunca os artistas em palco, estes sabiam exatamente para onde caminhavam, e que bem que o fizeram! Na memória ficam os fragmentos de uma rara experiência que, e como creio que diria Frank Zappa, secretamente luta contra a apatia.
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