Vodafone Paredes de Coura 2017: reportagem do 3º dia, 18 de agosto
Terceiro dia da 25ª edição do Vodafone Paredes de Coura com excelentes surpresas e com a confirmação da edição do próximo ano a realizar-se nos dias 15, 16, 17 e 18 de Agosto de 2018.
19h40 No palco Vodafone FM termina o mágico Andy Shauf. Logo nos primeiros acordes da pacífica guitarra a multidão acalmou e deixou-se levar confortavelmente. Um espetáculo brilhante, dinâmico e suavizante devido ao timbre de Andy. Os canadianos conquistaram todos os corações presentes com melodias honestas e simples. Retratos íntimos do dia a dia cantados humildemente numa atenção devotada raramente vista.
21h20 Acaba neste momento o fuzilamento psicadélico carregado de phaser dos Moon Duo. Formaram uma onda sonora que a todos engoliu, como se fosse um tsunami sónico. Um espectáculo admirável que se assemelhou a uma viagem espacial, a uma embarcação com destino indefinido. Levou o púbico a lugares que mais ninguém pode levar até então através dos riffs de guitarra do vocalista e guitarrista, Ripley Johnson.
22h20 Dificilmente se ouvirá um concerto como o que os BadBadNotGood realizaram esta noite no Vodafone Paredes de Coura. Um dos grupos mais surpreendentes da música contemporânea. Neste concerto o jazz e o hip hop abraçaram-se como irmãos numa sessão altamente inovadora repleta de improvisos dignos de mestre. Ao vivo, uma vibe pouco ortodoxa, por vezes lunática, e irreverente durante toda a atuação. O saxofone imita uma serpente que nos ataca ininterruptamente e não nos deixa recuperar o fôlego. Agitaram o recinto como nunca ninguém o fez antes, semearam o jazz como estado de espírito e deixaram no ar a questão de o que irão fazer de seguida nas suas longas carreiras.
Beach House encerram o palco Vodafone em total escuridão. Victoria Legrand cantou o característico dream pop triste e não convencional. A banda entra em palco 30 minutos depois da hora marcada numa altura onde o público mostrava já alguma impaciência. A dupla de Baltimore, que neste concerto era um trio, apoiado por um baterista, tentou redimir-se pelo atraso devido a “falhas técnicas” e afirmou várias vezes estar muito grato por poder atuar no Vodafone Paredes de Coura pela primeira vez. A longa espera não convenceu o público courense. À saída, o concerto foi apelidado de “monótono” e visualmente pobre dado que foram raras as vezes em que foi possível ver os artistas para além das suas sombras.
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