NOS PRIMAVERA SOUND – REPORTAGEM 3º DIA
Reportagem de Catarina Freitas
A abrir o último dia de Primavera esteve Manel, referência número um do novo pop catalão. Enquanto o concerto de Manel no Palco Super Bock terminava, ao lado abria o Palco NOS com um espetáculo que deu que falar. As 17h55 subiram ao palco os Linda Martini, que trouxeram com eles “Sirumba”, o som que há muito tempo procuravam, inspirado nos ensinamentos de Tim Maia. A representar o rock português, a banda conseguiu instalar no anfiteatro natural do Parque da Cidade um entusiasmo arrasador, apesar dos escassos 40 minutos de atuação. O espetáculo fechou com o tema “O dia em que a Música Morreu”, momento onde Pedro Geraldes e Hélio Morais tomaram a louvada decisão de se atirarem para a multidão numa confortável viagem sob as mãos e os gritos de inúmeros fãs ansiosos.
Nesse mesmo palco, seguiu-se a atuação de Chairlift, uma banda norte-americana de música indie pop e eletrónica, também conhecida por fazer música de fundo para casas assombradas. Já aqui um belo presságio do que estava para vir! Caroline Polachek aliou a sua voz brilhante ao seu entusiasmo contagiante, e fez o público vibrar ao som de êxitos como “Does you inspire you”. As 18h50 no Palco Super Bock tivemos oportunidade de espreitar um dos álbuns mais elogiados do ano de 2015. A primeira impressão dos Algiers foi a diferença imediatamente visível entre cada elemento da banda. Cada um parecia saído do seu próprio universo. Os 3 universos juntos fizeram com que o público lhes agradecesse com palmas sinceras. Provavelmente um dos concertos mais peculiares de todo o festival. Sinto-me na obrigação de destacar ainda o concerto dos Car Seat Headrest, às 21h15 no palco Pitchfork. A abarrotar de público ansioso, até a banda ficou surpreendida e bastante feliz com a enorme adesão e com o ambiente espetacular que acompanhou o concerto do início ao fim. No final do concerto, o público entusiasmado e contentíssimo com o que tinha acabado de presenciar, começou a trautear. A banda esboçou um sorriso de orelha a orelha, e aproveitou para gravar um vídeo da reação do público. O vocalista acrescentou ainda que o público do Porto era duas vezes melhor do que o público que tinham encontrado em Barcelona. Definitivamente um concerto muito feliz, para ambas as partes.
Já que estamos a falar de concertos felizes, não pode faltar o concerto dos Battles, quarteto nova-iorquino de Rock, que atuou às 21h10 no Palco Super Bock. Um ambiente descontraído, animado, e um público disposto a abanar a cabeça do início ao fim.
Finalmente às 22h30 os nossos ouvidos encheram-se de uma das mais maravilhosas melodias. Uma das cabeças de cartaz da edição deste ano, os Air chegaram ao Primavera para encantar. A luz espetacular, o render do público, o som maravilhoso e o ambiente psicadélico e espacial que as suas músicas nos fizeram viver, tornou o espetáculo um dos mais aclamados do festival. Sempre envolvido, apaixonado e muito, muito agradecido, o público encontrava-se radiante ao som de temas tão conhecidos como “Playground Love”, “Sexy Boy” e “Cherry Blossom Girl”. Os Air trouxeram-nos neste último dia de Primavera uma oportunidade de fechar os olhos e sonhar, de uma forma diferente e muito, muito bonita.
Depois da evasão de muitos de nós para o nosso mundinho interior, seguiu-se a atuação dos Explosions in the Sky. Na minha opinião foi muito bem pensada esta transição. Ambos os concertos apelam para o lado mais introspetivo de cada um de nós. Depois de Air, sentamo-nos na relva 10 minutos antes da meia-noite para viver a magia trazida do Texas por uma das bandas mais adoradas cá por Portugal. Não faltou melancolia, lágrimas, amor e beleza neste concerto especial. Acredito que foi o concerto com mais peso emocional sob o público, mas quem sou eu para falar por todos. Uma banda com uma organização genial, uma confiança e familiaridade notável, e um amor enorme pela música tornou este espetá- culo especialmente poderoso.
Por fim, infelizmente à mesma hora e ambos a fecharem o Festival, Ty Segall e Moderat atuaram respetivamente no quarto palco e no palco NOS, à 01h00.
Ambos muito diferentes, começamos por retratar um bocadinho do concerto de Ty Segall. Um concerto impulsivo, muito forte, onde o moche não faltou. O artista inclusive apelou aos seguranças para não serem tão agressivos com o público, que apenas se sentia entusiasmado e escolheu viver á grande este momento final da Primavera.
Por último: Moderat. Com eles trouxeram o terceiro álbum (III), lançado este ano, e também alguns dos temas de álbuns anteriores. Uma componente cénica novamente espetacular, efeitos únicos, filmes, gráficos, entre outros, acompanharam a música brilhante da banda e tornaram-na num espetáculo completo e perfeito, da cabeça aos pés.
Foi assim que terminou a quinta e mais bem-sucedida edição do tão aclamado NOS Primavera Sound. As datas para a edição de 2017 estão já lançadas. Voltamos no próximo ano, dias 8, 9 e 10 de Junho. A partir do dia 4 de Julho encontram-se já à venda os bilhetes para 2017. Aconselhamos a comprar já!
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