NOS PRIMAVERA SOUND – REPORTAGEM 1º DIA
Reportagem de Catarina Freitas
Os Sensible Soccers foram a primeira atuação do NOS Primavera Sound 2016. Trouxeram-nos o álbum “Villa Soledade” e, em troca, nós retribuímos com muita dança e diversão. Às 17 horas subiram ao Palco Super Bock para o que foi, garantidamente, a melhor maneira de começar o Festival. Com uma plateia bastante composta e 50 minutos de concerto onde ninguém conseguiu estar parado, a banda de Vila do Conde elevou as expectativas para os concertos que se seguiam.
Também os Wild Nothing conseguiram ir de encontro a essas elevadas expectativas, entusiasmando o público com o seu novo álbum, “Life of Pause”, lançado em Fevereiro deste ano. Tiveram uma plateia simpática, dividida entre as bolinhas de sabão, os balões e os copos de cerveja. US Girls, banda americana de indie pop, formada no ano de 2007 com um projeto “Noise-pop” deixou muito a esperar. Faixas pré gravadas e aparições confusas fizeram muitos festivaleiros abandonar o palco e ir para a fila demorada das pipocas. O que vale é que se seguiu de Deerhunter.
A banda trouxe-nos o álbum “Fading Frontier”. Alguns fãs afirmavam “Agora é que o espetáculo começou!”, entusiasmados com um concerto que faz lembrar o rock´n´roll de outros tempos. Julia Holter foi outra das atuações de ontem, promovendo o seu novo álbum “Have you in my Wilderness”, até agora o mais famoso da cantora.
As bandas mais esperadas, Sigur Rós e Animal Collective, encheram por completo a plateia mas, para alguns, não cumpriram com as expectativas. Há quem diga que o concerto dos Sigur Rós foi “aborrecido”, “deu sono”… Nós achamos que foi um arraso, não só pelas projeções e o lado cénico espetacular da performance, como pelas sonoridades mágicas e únicas que o grupo constituído por Jónsi (guitarra e voz), Orri (bateria) e Goggi (baixo) nos trouxeram. Não foi apresentado um novo álbum, o que tornou possível que a banda nos prendasse com temas antigos como “Starálfur”, que não tocavam á cerca de 10 anos e nos fizeram sentir nostalgia da primeira vez que a banda se apresentou em Portugal, em 2001.
Uma das surpresas da noite foram os Parquet Courts. Muitos são da opinião que o concerto da banda ultrapassou todas as outras atuações do dia. Vieram com o álbum “Human Performance” na mala, e provaram que merecem a carrada de fãs que cresce e cresce, dia após dia!
À 01h10 subiram ao palco os tão esperados Animal Collective, com o albúm “Painting With”, fechando os concertos do primeiro dia do Primavera. Um cenário curioso, colorido, chamativo e experimental fez esquecer o frio e o vento que começou a fazer-se sentir por aquela hora. Também as opiniões divergiram relativamente ao concerto da banda de Avery Tare, Panda Bear, Deakin e Geologist. Alguns dizem que foi muito pesado pelo facto da banda ter optado por fazer transições entre a maioria das músicas, fazendo apenas duas pausas em todo o concerto. Outros dizem que o som estava abafado, fazendo com que o instrumental se apoderasse das vozes. Mas é um facto que, do hip-hop ao reggae, ao rock, ao kraut, os Animal Collective nos trouxeram algo diferente. Novo. Apresentaram-nos uma performance musical descontraída, livre, única. Dia 10 esperam-nos nomes como Beach House, Brian Wilson, Kiasmos, Pj Harvey, White Haus e muito mais.
Até já Primavera!
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