Anime Review – Mobile Suit Gundam: Iron-Blooded Orphans; Episódio 3
Esta série tem como realizador Tatsuyuki Nagai (Toradora!; AnoHana) e guionista Mari Okada (Fate/Stay Night; Black Butler II), é produzida pela companhia Sunrise Inc., teve data de estreia a 18 de Outubro de 2015 e tem um total de 25 episódios planeados.
Sinopse
Em seguimento do pedido feito no final do segundo episódio, chega a hora de jantar na base da CGS. Bernstein, juntamente com as irmãs de Biscuit e Atra, contribuem para a refeição, que é distribuída por todos os ocupantes da base.
Algo de desconhecido aos oficiais da base e seus subordinados imediatos, foi o facto que a refeição deles foi drogada, e os batalhões de crianças-soldado, lideradas por Orga, procederam a uma amotinação. De forma a provar a seriedade das suas acções, Orga dá a ordem a Mikazuki para executar o responsável militar da base e a companhia militar que a ocupa. Chocado com isto, o segundo em comando do homem executado tenta atacar os amotinadores, mas também é rapidamente morto por Mikazuki.
No dia seguinte, Orga, agora com o comando da base e uma companhia militar, formaliza reformas de forma a assegurar melhores condições para os seus camaradas, juntamente com compensação financeira para aqueles que escolham deixar a vida militar. Embora existem aqueles que discordem com esta última benesse, pois resulta numa situação económica debilitante para a companhia militar, Orga argumenta que, desta forma, mantêm a sua reputação como sendo justificados nas suas acções. De forma a mitigar este mais recente problema, um dos soldados (com um bigode à Hitler ridículo) da base sugere entregar a jovem Kudelia Bernstein a Gjallarhorn em troca de dinheiro.
Antes de ser feita esta decisão, aparece no campo de batalhar Clark Zent, com uma bandeira vermelha, a desafiar um representante da base num duelo de forma a resolver o conflito entre as duas organizações. Orga pergunta a Mikazuki se é capaz de responder ao desafio, pelo que este volta a entrar no Gundam e entra no duelo mais samurai que alguma vez foi no género de mech, com a ajuda de uma bracelete oferecida por Arna que ele utiliza como amuleto.
À medida que isto vai acontecendo, Orga e Kudelia têm uma troca de ideias, na qual esta última pondera submeter-se à operação de instalação do Sistema Alayna-Vijana, um sistema arcaico e desumano de interface entre humano e máquina, de forma a contribuir para a situação em que se encontra. Orga rejeita a ideia e reforça o facto de que ele e Mikazuki tiveram sorte em sobreviver, visto que dos dez que foram submetidos à operação, quatro foram gravemente debilitados e muito provavelmente estão mortos. Com isto, Kudelia reconhece que as suas dúvidas e pensamentos nascem do facto que ela se sente imponente perante os eventos que ocorrem e decide seguir o exemplo de Mikazuki e lutar, mas nas arenas nas quais as suas capacidades serão melhores utilizadas.
Orga também tem uma revelação, chegando à decisão de que, dado a mudança de gerência, a companhia anteriormente conhecida como Chryse Guard Security será rebatizada de Tekkadan (鉄華団; Flor de Ferro) de forma a melhore representar o novo status quo e a companhia.
Observações
Quando comecei a ver este episódio, fiquei um bocado desconfiado do facto que o início estava mais interessado em estabelecer um triângulo amoroso entre Mikazuki, Kudelia e Atra (algo que, embora possa não ser um problema para outros, é me pouco apelativo e muitas vezes cria obstáculos para a história). Felizmente, o episódio deu uma curva para território mais mórbido chegando à amotinação de Orga, algo que, embora estabelecido no episódio anterior, não estava à espera que desse frutos tão cedo.
E vemos através da amotinação mais acerca da dinâmica entre Orga e Mikazuki, mostrando que o primeiro é o cérebro ímpeto por detrás da relação, enquanto que o segundo é a mão pela qual os seus planos são executados. Isto denota a perturbadora fé cega de Mikazuki em Orga, além de realçar a natureza psicopata e sem remorsos deste primeiro (algo que tem sido sugerida até agora).
Transitando deste momento mais sombrio, ficamos a saber mais acerca de Orga e o tipo de líder que ele é, exibindo a capacidade de grande implacabilidade além de demonstrar uma genuína preocupação por aquele que é responsável e uma atitude mais contemplativa quando necessário. Também gostei imenso a forma como foi desenvolvida a personagem de Kudelia que, apesar de demonstrar atitudes e mentalidade característica de uma personagem feminina nesta situação noutras história, revela uma capacidade extraordinária de introspecção, aprendendo com os seus erros e a informação que lhe é disponibilizada. Como resultado, temos uma personagem de um teor mais inteligente e maduro, que é capaz de se adaptar e actuar consoante a situação lhe requer.
Também este episódio oferece uma justificação plausível e interessante de forma a justificar o cliché Gundam do protagonista conseguir pilotar o titular mech à primeira tentativa. Orga postula que o sistema bárbaro que os pilotos da base utilizam para operarem os mechs foi desenhado de forma a funcionar de forma óptima com o Gundam. Adicionado ao facto que Mikazuki foi submetido à operação três vezes, além de ter treino e experiência como às de pilotagem, e temos um cenário que é mais credível do que outras iterações dentro do mesmo franchise para as capacidades, muitas vezes sobre-humanas, dos protagonistas (o exemplo mais agravante disto exemplificado em Gundam SEED e AGE).
Como última menção, é necessário referir o espetacular duelo entre Mikazuki e Clark que, até me conseguir informar melhor ou me for dito o contrário, parece ser feita exclusivamente em animação 2D e ajuda a adicionar ao peso e choque de cada ataque na animação quando estas máquinas entram em conflito.
P.S.: Clark Zent é dos pilotos mais ronin de Gundam e é incrível.
Conclusão
Se for uma pessoa que utiliza a regra dos 3 episódios de forma a saber se deve continuar a ver uma série, então Mobile Suit Gundam: Iron-Blooded Orphans passou o teste com distinção. Depois da história e personagens convulsas e confusas de Reconguista in G, é bom ver o franchise Gundam a provar-se como um marco de qualidade dentro do seu género e do médium de Anime.
Dado aquilo que vimos até agora, este parece ser o Gundam para a mais recente geração de aficionados de mech e espero que só continue a melhorar a partir daqui. Com 25 episódios, é muito provável que a qualidade entre em declínio a certa altura do campeonato, mas só espero que siga o exemplo de Gundam 00 e mantenha uma história interessante e consistente no decorrer desse tempo. Agora que o mundo e as personagens principais estão mais ou menos estabelecidas, quero ver a introdução e expansão da força antagonista, além de ver o que esta série nos reserva em termos de design para futuros mechs.
Veredito
4.5/5
Crítica escrita por Tiago Garcia
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