O Concílio de Moffs

O Julgamento de:

Darth Vader (2015, Ongoing) #5

Esta nova série ‘’ongoing’’, publicada pela Marvel Comics, é escrita por Kieron Gillien (Über; The Wicked + The Divine), desenhado por Salvador Larroca (Namor Miniseries; X-Men: No More Humans), cores de Edgar Delgado , letras de VC’s Joe Caramagna e capa de Adi Granov. Foi publicado a 13 de Maio de 2015.

Em seguimento da descoberta do fascículo anterior, Darth Vader & Co. seguem para a base secreta de Cylo IV de forma a descobrir o que o Imperador tem em reserva para o seu aprendiz. Desde o início, temos uma amostra das experiências e filosofias bizarras de Cylo (juntamente com o que parece ser a temática reflexiva das forças antagonistas desta série) visto que a sua base não é algo de tão ortodoxo como um corpo celestial remoto ou uma estação espacial, mas sim um cardume de Baleias aquáticas ciberneticamente modificadas até ao ponto de grotesco que carregam a infraestrutura da base nas suas costas.

Como tal, Vader e o seu novo exército de androides procede a uma invasão da base juntamente com a exterminação de tudo e todos na base (algo facilitado por uma entrada remanescente do assalto ao Tantive IV em ‘‘A New Hope’’ com um ‘‘twist’’ moderno). O que se segue não é nada de muito importante, o que realmente nos interessa é o facto que a certa altura do campeonato um dos batalhões de androides é facilmente destruído por dois humanóides numa divisória da base designada de ‘dojo’. Isto chama a atenção de Vader e ele procede ao encontro desta ameaça inesperada.

Face a isto, Vader é isolado dos seus androides através de um poder qualquer destes personagens que não consiste na força, algo que Vader não percebe e declara ser blasfemo. Depois de um breve duelo na qual ele está em desvantagem, aparecem algumas pessoas familiares para explicar o que se passa, juntamente com mais um desafios exóticos resultantes das experiências nefárias desta base.

Este capítulo na série Darth Vader introduz o leitor a um canto no universo Star Wars nunca antes explorado ou desenvolvido o suficiente, sendo essa a robótica deste universo e a sua integração com material orgânico, visto que os mais proeminentes exemplos disto foram os dois membros masculinos da família Skywalker. Também com isto, temos a força antagonista perfeita para esta personagem, visto que, além de terem sido iniciadas pelo Imperador (algo em sintonia com as tradições dos Sith), são maneiras novas e criativas de explorar a linha que separa o homem da máquina, e o que daí pode resultar quando se cria algo de mais mecânico do que orgânico. Face a este novo desafio, é interessante ver a reacção de Vader, baseado, em parte, em dogmatismo religioso, e de que forma estes contrastam e reflectem a personagem e aparência do protagonista. Também com esta nova história, tenho a suspeita que a personagem de Cylo IV trata-se de uma referência a uma série de TV que tentou capitalizar no sucesso de Star Wars, o Battlestar Galactica (uma série excelente tanto a original como a mais recente, desde que não consideremos BSG 1981).

O problema porém, é que esta história é um bocado simples e pobre de conteúdo, visto que é apenas um breve assalto militar sem nada de muito relevante em termos de interacções e personagem, com a excepção das últimas páginas, que contém o ‘reveal’ do que muito provavelmente serão os principais antagonistas para o resto da série. O que resulta disto é muitas ideias interessantes, mas pouca resolução e um sentimento de incompletude, mas é difícil criticar isto porque o propósito de este tipo de formato criar um final que obrigue o leitor a comprar o próximo fascículo.

A capa, embora rica em pormenores e efeitos de luz habilmente desenhados, é um bocado desprovida de conteúdo, tendo apenas Vader perante dois sabres de luz cruzados como se lhe tivessem a impedir passagem.

Em suma, este é mais um capítulo dinâmico e cheio de acção daquela que continua a ser a série de vanguarda da vertente BD do Canon Star Wars Moderno e espero ansiosamente para saber mais acerca destes novos produtos da ciência cibernética deste universo e de que forma é que o nosso protagonista irá lidar e ultrapassar com aqueles que são, de um certo ponto de vista, os filhos do seu virar para o lado negro.

Édito do Concílio:

Julgamos Darth Vader #5 digno de receber

Medalhão de Serviço Imperial

(Muito Bom)

Crítica escrita por Tiago Garcia