Review – Darth Vader (2015, Ongoing) #3
O Concílio de Moffs
O Julgamento de:
Darth Vader (2015, Ongoing) #3
Esta nova série ‘’ongoing’’, publicada pela Marvel Comics, é escrita por Kieron Gillien (Über; The Wicked + The Divine), desenhado por Salvador Larroca (Namor Miniseries; X-Men: No More Humans), cores de Edgar Delgado , letras de VC’s Joe Caramagna e capa de Adi Granov. Foi publicado a 11 de Março de 2015.
Alguma vez pensas-te qual seria o resultado de criar uma versão feminina de Indiana Jones com um interesse em robótica militar? Aparentemente Gillien gostou imenso da ideia e resolveu criar Doctor Aphra, que ao leitor é introduzida através de uma cena remanescente da abertura de ‘‘Raiders of the Lost Ark’’ na qual a personagem tenta obter um AI militar que está a ser guardado num zona de quarentena de alta segurança à séculos. Embora tenha obtido seu ídolo dourado, ela, infelizmente, activa as medidas de segurança e é detida pelo responsável do estabelecimento. Entretanto, Vader chega ao local, elimina as forças de segurança e salva Aphra, que põe a sua vida em risco de forma a que o AI não seja destruído.
Seguido disto, Vader segue Aphra para a sua nave, de nome Ark Angel (nome engraçado e um design muito interessante e mal posso esperar para ver mais), e procede a explicar-lhe que necessita dos serviços dela, especialmente o seu conhecimento de robótica, pois na sua busca de recursos militares privados, ele chegou à conclusão de que a utilização de androides é o meio pelo qual irá conseguir cumprir os seus objectivos (mais uma vez, uma mentalidade muito flexível para um veterano da Guerra dos Clones). Entretanto, Aphra utiliza o seu prémio obtido anteriormente para criar um androide de protocolo (da classe do C-3PO), que se auto-intitula de 000 (ou triple-zero), de forma a que este active um androide blastomech (do género R2-D2, sim, a história está a ir nesse rumo), de nome BT-1. Com isso, temos uma mulher que é uma reflexão da personagem de Han Solo, mas mais remanescente do Indiana Jones (e com uma ligeira obsessão com o nosso protagonista), um C-3PO de personalidade cordial especializado em tortura (quase como um mordomo impecável com o gosto pela dor dos outros) e um R2-D2 com uma propensão para o homicídio (tipo HK-47 mas sem o humor negro) e, graças à sugestão da nossa intrépida arqueóloga, com destino a Geonosis, o local de nascimento da Guerra dos Clones, de forma a adquirir os recursos que Vader procura (neste caso um exército de androides).
Este fascículo não tem muito que se lhe diga, pois não conta uma história à volta de mais uma aventura, mas sim preocupa-se em estabelecer aquilo que, muito provavelmente, irá ser o ‘‘supporting cast’’ de Vader daqui para a frente. No que diz respeito ao protagonista, não há muito de novo. Ele continua a ser a força imparável pelo qual é conhecido, tirando um momento na qual Aphra refere Geonosis, um local de significância emocional para Vader, e ele proclama não ter qualquer opinião acerca da escolha de destino. Quanto a este debut de personagens no Canon Star Wars, Aphra é um personagem que tem potencial, servindo de paralelo para o renegado de Star Wars (ocupado por outras personagens como Han Solo e Kyle Katarn) mas com um twist mais aventureiro e com uma ligação pré-existente com o protagonista, mesmo não sendo recíproca. E um pequeno aparte a referir a tatuagem no braço direito da personagem de um padrão de circuito elétrico que encaixa bem com a característica predominante da personagem, uma tradição Star Wars no que diz respeito ao design visual das personagens. O duo de androides é mesmo fascinante, servindo de um reflexo perverso de duas das personagens mais amadas do Universo Star Wars e encaixando-se perfeitamente na direcção da história tanto através da sua aparência como da sua programação, o que poderá indicar um papel mais activo por parte destas personagens em histórias futuras.
Quanto à capa, esta é uma parte distintamente negativa acerca deste fascículo, pois além de ser desinteressada e aborrecida sendo uma referência aos posters de ‘‘A New Hope’’ mas com menos conteúdo, acho que transmite uma imagem de Aphra que parece condizer pouco com a caracterização oferecida nas páginas posteriores, preferindo apresentá-la numa posse genericamente apelativa ao olhar masculino. Existe um ‘‘variant’’, desenhado por Salvador Laroca, que utilizarei como imagem de referência deste artigo na qual vemos uma espécie de paralelo ao confronto de Luke e Vader em ‘‘Empire Strikes Back’’ na qual Vader extende a mão a Aphra enquanto que ele está a aguentar-se de forma a não cair de um precipício à medida que segura o AI de 000. Esta imagem demonstra de uma forma muito melhor qual a posição e atitudes destas personagens tal como a relação entre elas apresentadas na história além de dar uma ideia mais honesta e dinâmica do conteúdo do fascículo.
Concluindo, apesar de ser um capítulo um bocadinho mais lento, eu reconheço a necessidade de estabelecer mais personagens à volta de Vader, dando personalidades de valores morais semelhantes ao protagonista de forma a que haja material para criar diálogo, interacção e desenvolvimento no futuro. E apesar da história não ser muito excitante, a cena inicial é bastante engraçada e gostei de conhecer estas novas adições ao Universo Star Wars e estou bastante curioso em saber o que o futuro reserva para estas personagens e as relações entre elas.
Édito do Concílio:
Julgamos Darth Vader #2 digno de receber
Medalhão de Serviço Imperial
(Muito Bom)
Crítica escrita por Tiago Garcia
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