O meu primeiro Vodafone Paredes de Coura! (parte 2)
Estamos de volta para mais Into the Wild versão Paredes de Coura!
3º dia do Festival
Começa como todos os outros dias às 9 da manhã porque é impossível fugir ao Sol que faz a tenda parecer uma Sauna…e basicamente o dia todo é passado tentando preparar para os concertos todos do dia.
E quem são os primeiros a actuar? Alguém adivinha?
É verdade, eles são os únicos…..os mais brilhantes….e os mais talentosos…..*bateria de fundo* KILLIMANJARO OS VENCEDORES DO GUITARMAGEDDON NA FEUP!!!
Ainda com o público a aquecer, chegaram Buke and Gass uma dupla implacável de Arone Dyer e Aron Sanchez. Um sensacional concerto cuja multiplicidade de instrumentos pouco comuns ou muito criativos captou a atenção de curiosos que rondavam o “campo de guerra”. Tocaram variados temas do segundo disco “General Dome” dando ênfase a “Split like a lip, no blood on the beard”.
Seguindo esta grande actuação vieram os Linda Martini com toda a pujança levaram o público ao palco para dançar com eles! Sem dúvida um concerto que nunca esquecerei! Apresentaram “Turbo Lento” com músicas como “Nós Os Outros” e “Belarmino” mas regressando aos clássicos “Lição de Voo Nº1”.
Conor Oberst aparecem como por magia com músicas como “Time Forgot” e “Zigzagging toward the Light” do álbum de 2014 “Upside Down Mountain”
Black Lips vieram ao Paredes de Coura para distribuir o que mais faz falta nestes festivais (que não são preservativos nem sacos do lixo como a organização do festival religiosamente distribui como forma de promoção da segurança e limpeza) mas o que distribuíram foi:
Rolos de Papel Higiénicos!!!!
Acho que ainda tenho um desses rolos em casa guardado já para o Paredes de Coura seguinte!
Tocaram músicas do álbum “Good Bad Not Evil”.
Cut Copy vem acabar a noite com toda a sua música electrónica começando com “In Ghost Colurs” acabando com “Lights And Musics”.
4º dia do Festival
Finalmente chegou o dia que todos tememos, o último dia do Paredes de Coura que com toda a sua força acaba com grandes nomes como Beirut e James Blake! É um dia em que a excitação chega ao rubro, mas com ela também a tristeza e a saudade começa a assentar…
Sente-se no ar um aroma de ansiedade aliada a uma sensação de ausência que se vai aumentado no decorrer do dia. Muitas risadas, muita alegria, festa, danças, mergulhos, desafios e música durante a tarde.
Mas finalmente começam os concertos com os Sensible Soccers a abrir com “8” com um bailarino de boxers/calções estridentes a incentivar o pessoal a dançar com ele (o que só fizeram do lado de lá do palco). Algo para não esquecer a diferença que o Paredes de Coura representa em relação a outros festivais.
E é depois de Soccers que chega Kurt Vile e The Violators unindo-se para criar algo de psicadélico mas sem estupefacientes (que por norma não costumam existir neste festival….*cof) uma música que envolvia os seus ouvintes enquanto o Sol se punha.
Como animais a rosnar porque querem mais festa os The Growlers chegaram para nos dar precisamente isso! Chamando um conjunto de animais nos quais se inclui dois crocolocos e uma ovelha xoné que foram dançar com a banda, embalando o vocalista nos seus braços.
The Growlers deram um belíssimo espectáculo com muito “surf” á mistura com o seu estilo de rock.
Beirut, um dos nomes mais esperados para a edição do Paredes de Coura de 2014. Com o grande estilo próprio de Zach Condon, muito relaxado e “cool” deu um concerto inesquecível para este vosso jornalista. Cantando sucessos como “Elephant Gun” ou, o muito pedido pelo público, “Gosto muito dgi voçê “Leãozinho” ” e não é que foi concretizado pelo vocalista que quase como se estivesse a falar para o público com uma honestidade pura no seu coração, entoou essas mesmas palavras de tão aclamada música de Caetano Veloso levando quem ouviu esta mensagem ao rubro.
Tudo acaba com os maravilhosos, o Trio
Dinâmico do mix musical, os talentosos o vencedor de um Mercury Prize por melhor álbum inglês de 2013….*bateria de fundo…JAMES BLAKE!
Mal soaram as primeiras notas musicais, com o público já em transe, começamos a destinguir a sua versão de “Limit to your love” e “A case of you” acabando com “measurements”.
E chegamos ao fim…as pessoas fogem, abandonam a festa, voltam ao acampamento para uma última grande festa nos acampamentos e arredores. Muito riso, muita bebida, muitas risadas e muita emoção porque todos sabemos que o que é bom não dura para sempre, e os “olá” estão tão frequentemente de mãos dadas com os “adeus”.
A manhã de domingo é a mais difícil de processar. Os acampamentos desfazem-se e as pessoas desaparecem, o que foi outrora locais inundados por gente louca, feliz e divertida, tornam-se zonas de terra batida e empoeirada para que cresça relva suficiente de maneira a poder receber mais gente no ano seguinte.
Lembro-me claramente da última música que ouvi antes de abandonar o meu acampamento. E foi ela “Mr. Tambourine Man” do Bob Dylan (http://youtu.be/PYF8Y47qZQY). Lembro-me da tristeza de dizer adeus aos meus amigos do Paredes sabendo que só os veria no ano seguinte. Mas ao mesmo tempo pensei “haverá sempre um próximo ano” e fiquei com várias memórias queridas que irão ficar comigo e com os meus amigos até não nos lembrar mais.
Paredes de Coura, muito obrigado por me dares isto e muito mais! Para primeiro festival que alguma vez fui devo de dizer que fiquei bastante bem servido e aconselho a qualquer aventureiro!
Até ‘pró ano, Paredes!
Escrito por Pedro Magalhães
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