Reportagem Vagos Open Air ’14
14.08.08-10 Quinta do Ega, Vagos
Sexta-feira, 08 de Agosto
Apesar de ser dia de trabalho para a maioria, quando os Gates of Hell rasgaram o palco, foram não só responsáveis pela abertura do festival, como também pelo primeiro Wall of Death, dos muitos que se deram ao longo de todo o dia, e dos seguintes.A densidade de público existente já durante a tarde, não passou despercebida aos maiatos Kandia, que brincando com a situação perguntaram aos presentes: “Mas ninguém trabalha?”
Aquele que foi o primeiro concerto dos Sylosis em Portugal, foi também o último da banda com Rob Callard na bateria. Os riffs elaborados acompanhados de blastbeats duros deram origem a uma onda de violência e crowdsurfing que se propagou mantendo-se até chegar a vez dos suecos Soilwork.
Já a noite tinha chegado e com ela o entusiasmo da plateia durante todo o espetáculo dos Epica, que apesar dos problemas técnicos iniciais, encheram o recinto de calor e peso, sem faltar a harmonia doada pela voz da Simone Simons.
O concerto da noite foi da responsabilidade dos germânicos, reis do Thrash, Kreator que nem as passagens recorrentes da banda por terras Lusas, os fizeram perder o ímpeto ou a garra, dando um show semelhante a uma chapada de violenta do princípio ao fim, encerrando assim a primeiro dia.
Sábado, 09 de Agosto
O mundo do Metal não é apenas retratado pela música, mas também por intermédio da escrita. Foi o que o escritor António Parada fez, lançando assim o seu primeiro livro “A guardiã” no recinto do festival, antes das prestações das bandas.
Os Requiem Laus fizeram o aquecimentos para toda a brutalidade veloz e suja dos espanhóis Angelus Apatrida. Seguindo-se a prestação dos suecos The Haunted , que relembram passagens prévias pelo país e interpretam temas clássicos da banda, mas também temas do novo álbum, ainda por lançar.
O momento da noite chegou para os amantes do Black Metal, pois era a vez dos colossais Behemoth entrarem em cena, interpretando temas antigos assim como os do novo álbum da banda aliados com a epicidade cénica de todo o grande espetáculo.
O ambiente era de festa e peso durante a prestação dos canadianos Annihilator, que tocaram todos os clássicos da banda, e libertaram também toda a tensão do público com a sua prestação do tema Chicken and Corn.
As pesarosas melodias dos Opeth fecharam a noite em grande. A banda interpretou maioritariamente temas antigos para grande apresso do público. A melancolia e peso da música foi sempre balançada pela, já bem conhecida, boa disposição de Mikael Åkerfeldt, que derreteu os fãs, sem nunca desiludir.
Domingo, 10 de Agosto
O dia começa pelas interpretações melódicas em violoncelos, de êxitos bem conhecidos do público, com os Opus Diabolicum. Sucedem-se os Murk que representam o black metal português, enchendo o palco de escuridão e peso, numa tarde solarenga.
O Rock único dos lisboetas The Quartet of Whoah! foi uma lufada de ar fresco após a penumbra, sem dúvida sentiu-se o efeito “Whoah!”. A festa continuou desta vez pelas mãos dos Vita imana que fizeram levantar muita poeira no recinto, à mistura com toda a violência e eletricidade do Thrash castelhano.
Diretamente do poço de escuridão, os Paradise Lost voltam com o seu Doom/Death que teve a sua quota-parte de responsabilidade pelo nascimento do Metal Gótico. A banda que era esperada por muitos, leva os fãs numa viagem pelo seu vasto reportório, tocando temas clássicos desde Gothic, a Faith Divides Us Death Unites Us. Este foi considerado por alguns a melhor passagem da banda por território nacional.
A noite já ia longa e quando a chuva caiu, toda a gente pensou o mesmo: “As baleias voadoras estão a chegar”. O mais aguardado concerto do festival finalmente chegava, era a vez dos franceses Gojira atuarem neste jardim à beira-mar plantado. Lacerando temas icónicos como Backbone, The heaviest matter of the universe, Oroborus, entre tantos outros, e nunca esquecendo os mais recentes como Explosia ou The Axe. Os irmãos Duplantier tocaram todos os presentes quando num momento único de carinho e intimidade para com o público revelaram a sua herança genética e dedicaram a música L’Enfant Sauvage à avó portuguesa. Toda a complexidade do Death único dos Gojira estonteou os presentes numa prestação incrível e energética que foi finalizada com o tema Where Dragons Dwell.
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