O meu primeiro Vodafone Paredes de Coura 2014! (parte 1)


Ao invés de colocar diariamente cada reportagem decidimos por bem descrever no final a experiência que foi este brilhante Vodafone Paredes de Coura 2014 (com direito a imagens e tudo!).

Para quem ainda não se deu ao trabalho de ver  (o que censuro profundamente pois é dos melhores festivais do ano para gente de todas as idades), o Festival Vodafone Paredes de Coura 2014 que começou dia 20 de Agosto  com Capicua, Janelle Monáe, Cage the Elephant e Public Service Broadcastic, acabou de uma maneira inesquecível no dia 23 de Agosto com Sensible Soccers, Beirut, James Blake, The Growlers, entre outros.

Antes de começar a descrever o sonho que foi para este jornalista cobrir o festival, devo de referir que irei dar mais ênfase aos espectáculos no Palco principal do Festival.

Tudo começa num dia solarengo de 20 de Agosto pelas 9 da manhã…albergado numa tenda no meio da selva de toldos, toalhas, roupa a secar, mais tendas e de pessoas com boa disposição este jornalista decide desafiar o dia e preparar a noite!

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E o que fazer quando se acorda cedinho depois de uma noite de festas na Vila e muito álcool?……..CHUVEIRO D’ÁGUA FRIA!
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Ouvindo dizer que cura ressacas, não há nada melhor do que um chuveiro de água fria pela manhã! Corro o risco de parecer masoquista mas é verdade: o prazer de poder puxar o próprio gatilho de água fria só é acompanhado pela sensação quase divinal de sentir a pele a aquecer ao Sol da manhã.

De banho tomado e pele seca, segue-se o almoço que é feito em perfeita sintonia com vizinhos e amigos de outros acampamentos que aparecem para provar e contribuir à refeição.
Bocas voam de um lado para o outro mas sempre levando o carinho de amigos que ficam para sempre e que só se fazem em ambientes como o de Paredes de Coura. Para quem passou perto do “Sleep em all” (um “hotel” dentro dos acampamentos) pode, ou não, ter ouvido a frase que mais me marcou por ser dita com o maior amor e brincadeira pelo nosso vizinho: “Fo***se Oh Dinís”! spacer
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Depois de um bruto almoço para durar o dia todo, já que o dinheiro era contado, vem os banhos de Sol/Sombra junto ao rio. Com concertos no jardim e entretenimento proporcionado pela organização do festival, é impossível passar momentos secantes. Havia prancha de mergulho, corda para saltar, bóias, camas de rede, música, malabaristas, comédia e muito mais em perfeita sintonia com o ambiente relaxado e paradisíaco que tão bem descreve a vida ao pé do rio.
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Mal o Sol se põe começa a parte divertida, os concertos e festas dentro do recinto!

Cujo palco principal é de uma beleza estonteante sendo que os criadores conseguiram sem dúvida compor uma sinfonia entre meio ambiente natural com um palco impressionante.DSCF3783

Chegando a hora do espectáculo, Capicua entra em grande com uma explicação de como chegou ao nome do seu alblum “Sereia Louca” e com as músicas desse mesmo conseguiu colocar o público num êxtase trazendo consigo um excelente artista que desenhava ao vivo à medida que avançavam nas músicas e suas letras.
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Seguindo Capicua vieram os Cage the Elephant, cheios de energia, euforia, alegria e um bocado de loucura que misturado resultou num concerto inesquecível havendo pelo meio umas “piggyback” por parte do guitarrista e vocalista como mostra nas imagens que se seguem.DSCF3915 vdfpdc2014_copyright_hugo-lima-093 vdfpdc2014_copyright_hugo-lima-101
I
mediatamente depois chegou Janelle Monáe com a sua banda cantando entre muitas, as suas versões de músicas que tanto nos marcaram como “Let’s go Crazy” e  “I Feel Good” levando sem dúvida, o seu público (eu inclusive) ao rubro! Devo de referir que a actuação que Janelle e a sua banda trouxeram ao Paredes de Coura com todo o seu funk e soul foi uma das melhores da primeira noite, conseguindo uma harmonia com o público que só pode ser realmente apreciado por quem esteve presente no momento em que todo um recinto se deita e salta mediante a sua ordem. Algo inesquecível!
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 E é com Public Service Broadcasting que acaba a primeira noite do festival de Paredes de coura trazendo músicas do seu único álblum de 2013 “Inform-Educate-Entertain”.

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F
azendo já noitinha este jornalista fugiu e voltou para a cama para resumir no dia seguinte.

 

 

2º dia do Festival Vodafone Paredes de Coura 2014

Para mim, um dos melhores e mais memoráveis dias na aventura que foi este festival começou de tarde por volta das 16 quando tomei conhecimento que o grande Seasick Steve estava a passear pelo rio e que iria dar uma music session privada, promovida pela organização do festival. Ouvindo isto, deixei tudo o que estava a fazer nesse momento, atirei o tacho com comida para o meu amigo, mandei tudo o que tinha para dentro da tenda, corri o zip e desatei a correr para ir ter com um grande herói pessoal.
E lá estava  ele, a dois palmos de distância com todo o seu Soul e Blues de quem passou uma vida digna desse estilo de música:

foto de Rui Oliveira/ Global Images

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(Para quem se questionar, sim, o stalker de toalha laranja sou eu.)
Eventualmente consegui chegar perto o suficiente para lhe dizer o herói que representava para mim. Ouvindo isto Steve agradece e, na sua maneira natural e modesta de quem não veio de um lugar com muitas posses, estende a mão e diz “Hey, I’m Steve, what’s your name?”. Neste momento quase que me esqueci do meu nome….Seria Paulo?…talvez Rodrigo….Pedro! é isso mesmo “Hey Steve, my name’s Pedro, nice to meet you.” disse eu com dificuldades, não por estar em frente ao meu ídolo mas sim porque esse mesmo ídolo me fez perceber o quão modesto e honesto realmente era.
Acabando este diálogo muito curto, tomei conhecimento que ia haver a tal Music Session privada, ao que me fiz à estrada e arranjei uma pulseira para ir não como jornalista mas como fã que sou.
Chegando ao local onde Seasick Steve daria o seu concerto privado, fiquei boquiaberto com a beleza à moda de Steve que radiava do local.
A organização escolheu uma fabrica de cortar lenha lindíssima!
Nada diz Blues como isto:

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© André Ferreira © Jorge Boiça

© André Ferreira © Jorge Boiça

© André Ferreira © Jorge Boiça

Tocadas umas quantas músicas em perfeita comunhão com o público, que entrava e saia do ritmo, acompanhando com palmas gritos de euforia, comentários com piada sobre bichos que sobem pelas calças e serenatas de amor às raparigas que estavam no mini-concerto voltamos para “casa” em êxtase por conseguir preservar uma memória tão bonita, mas tristes por ter sido tão curta…no entanto sempre gratos pela oportunidade que a organização do festival nos proporcionou. Falo por todos quando digo “OBRIGADO PAREDES DE COURA POR ESTAS MEMÓRIAS INCRÍVEIS!”.

Foto do Canal 180

Foto do Canal 180

Chegando a noite, vem também os magníficos concertos começando com Oso Leone que trazem consigo um indie que encantou ouvintes de todo o lado, quer no recinto quer nos acampamentos envolvendo o sol da tarde com a sua banda sonora melancólica e “calma”.

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Depois de oso veio o lendário Seasick Steve animar o mundo! Assim que tocou os primeiros acordes nas suas guitarras personalizadas (que incluía uma tábua de lavar roupa) via-se os festivaleiros, literalmente a correr para o palco e curtir o som do Blues que Steve tão bem descreveu como “Let everything else go and put one feet on the cold river of the Soul.” (como grande fã que sou tive que tentar esperar por ele com tantos outros que o chamaram só para ouvir este conselho que ficará para a vida). O concerto seguiu com muita animação, um rapaz que parecia o Tartaruga Genial a dançar ao som de Seasick Steve, o músico a jurar que o Festival Paredes de Coura é o festival mais bonito onde já actuou durante a sua tournée. Enfim, na minha opinião foi dos concertos mais memoráveis deste ano!

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Seguindo Seasick Steve, Mac Demarco veio com toda a sua energia elevou o público ao expoente máximo da loucura! Com a sua voz distinta e uma atitude bastante desportiva, Mac convidou inúmeras pessoas ao palco, começando por escolher uma rapariga que gostava de Reggae e como esta se sentia sozinha, decidiu chamar mais 10 pessoas para se virem divertir no palco e beber do Vinho do Porto acabando por se atirarem ao público como quem salta para uma piscina. Foi muito divertido de se ver e entrar no mood!
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Chvches trouxeram com eles toda uma máquina com os seus neóns e sintetizadores quase como uma Tardis a descolar mas com música capaz de tirar o elemento mais velho do grupo da sua caminha e fazê-lo dançar como se não houvesse amanhã. Sim, foi assim tão divertido 😉 .
Mas o que distinguiu mais este dia foi a capacidade e energia que os Franz Ferdinand trouxeram para o palco, transformando um concerto num autêntico espectáculo  mostrando o real espírito lutador escocês que carregam com eles….FREEEDOOOM!!!
DSCF4009DSCF4006E assim acaba o 2º dia de festival!
Não percam o próximo episódio porque nós….também não!!!

Texto:Pedro Magalhães

Fotos: Hugo Lima

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