Ali ao lado, na Sala 2, ouviam-se os primeiros acordes da actuação dos Iconoclasts. Com o seu primeiro registo discográfico, “Mt. Erikson”, lançado em Setembro passado, o colectivo de Lisboa toma de assalto o palco, exibindo um nível de energia contagiante e debitando o seu indie de influências maioritariamente britânicas. “Stranger in a Strange Land”, tema já a rodar na rádio, é o ponto alto de um concerto curto, com apenas meia hora, mas que explicou o porquê desta rapaziada ter feito a primeira parte dos Best Coast em Abril passado.
Escassos minutos de silêncio, antes de arrancar a actuação dos doismileoito na Sala 1. Os primeiros acordes de “Conta Comigo” são ouvidos pouco passava das 23h. Os doismileoito, uma das bandas nacionais com mais airplay nos últimos anos, e já com 2 registos de originais, fazem do pop-rock cantado em português a sua caixinha de areia, de onde saiem melodias e refrões que colam no ouvido e que nos apanham a trautear nos momentos mais inconvenientes. Pedro Pode alterna entre a guitarra e a voz, e o kit de percussão que está junto a si, e dedica o tema “Quinta-feira” à torre 5 do Aleixo. Antes já se tinha ouvido “Bem Melhor”, num espectáculo em que foram predominantes os temas de “Pés Frios”, editado em Outubro. De seguida, o momento natalício, com “Bife de Natal”. Ouve-se ainda “Carta aos Mortos” e “Cão”, antes dos doismileoito se despedirem com o “Bilhete”.
Dois meses depois de terem actuado na Debandada, os The Doups subiram ao palco da Sala 2 para apresentar o seu “Smalltown Gossip”, editado pela Optimus Discos. “Nós gostamos tanto do Porto”, confessa João Rodrigues, enquanto ganha fôlego para cantar “I Said”. Seguem-se “Your Words” e “You’re Hot”, e o quinteto vai explanando o seu rock algures entre os White Lies e os Bloc Party. “Vão ao Facebook, vejam o vídeo, saquem o álbum…e se gostarem comprem-no.” Esta frontalidade e consciência do novo paradigma musical dos nossos tempos antecede o fim do concerto, com “Joyful”, single do álbum e razão mais do que suficiente para João Rodrigues saltar para o meio do público para dançar com este. E promessas de um regresso em breve.
Quase a terminar este primeiro dia de festa de Natal, e na Sala 1 começa o concerto de We Trust. O projecto de André Tentugal editou “These New Countries” no mês passado, e neste verão actuou nos festivais Milhões de Festa e Paredes de Coura. Desde muito cedo no espectáculo se notou a preocupação com proporcionar ao público uma experiência visual, que acompanhasse e complementasse a música, e que está também patente no número de intérpretes em cima do palco (nove). A riqueza musical destes temas é notória, e nem a preocupação de André Tentugal com o pouco entusiasmo ouvido lhe fez desaparecer o sorriso. “Again” e “Tell Me Something” revelam um registo vocal algo parecido com o de James Dean Branfield, e “Reasons” traz outra novidade na voz, a convidada especial Graciela Coelho do colectivo Dear Telephone. Sem grandes surpresas, o momento alto da noite chega com “Time (Better Not Stop)”, que invadiu as rádios, os leitores portáteis e o imaginário da juventude tuga, e que foi mais uma vez entoado ontem à noite no HC. Ainda tempo para ouvir “Once at a time”, o próximo single, e “Surrender” antes dos We Trust saírem de palco e passarem o testemunho a Rui Maia (que saiu de palco antes do final do concerto) na Sala 2 com o seu set Mirror People.
Galeria de Fotos (Clica numa foto para ver em tamanho maior)
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Reportagem e Fotos: Ricardo Machado e Tiago Cavaleiro
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