Queima do Porto 2010: Dia 5 (Quarta-feira)

Foi ao ritmo do contagiante samba carioca que esta quarta-feira, Marcelo D2, levou ao rubro o público do queimódromo do Porto. Etiquetado por muitos como o segundo nome de maior relevo do cartaz deste ano, o emblemático rapper brasileiro fez-se acompanhar de Fernandinho Beat Box, presença assídua de todos os seus espetaculos, e contou ainda com a participação de vários b-boys em palco, que coroaram a sua actuação como o momento alto da noite. A inconfundível vibração sul-americana tomou de assalto toda a plateia presente, e foi sem surpresa que se pode escutar o publico a entoar alguns dos seus temas mais badalados: “Desabafo“, “À procura da batida perfeita“ e “Profissão MC” foram talvez os que geraram mais ruído no recinto. Já proximo do final, o espetaculo teve como principal protagonista Fernandinho Beat Box, que animou o público com a sua percussão vocal, e viria a contribuir para uma parcial, moderadamente controlada, invasão do palco. Foi a quinta vez que Marcelo D2 esteve em palcos portuenses, depois de actuar no extinto HardClub – ainda com a antiga banda, Planet Hemp – nas  “24 horas TMN” no estádio do dragão, e em duas ocasiões no “Clubbing” da Casa da Musica. Depois desta autêntica apoteose, só nos resta esperar que à semelhança do que acontece com o eterno Quim Barreiros, o nome de Marcelo D2 conste por vários anos do cartaz da queima das fitas do Porto.

 

Bem mais de perto, concretamente de Leça da Palmeira, chegaram os Souls of Fire. A banda de reggae portuguesa atraíu todo o tipo de publico ao recinto do queimodromo e com as suas “vibrações positivas” foi aos poucos conquistando a plateia. Esta actuação, que serviu de modelo para uma digressão nacional da banda, contou ainda com várias novidades a nível de som, luz e grafismo, o que contribuiu para o valor acrescentado do espetaculo. “História”, “Bens Materiais” e “Souls of Rasta”, foram alguns dos temas responsáveis pela agitação do público no recinto, baptizando assim a actuação da banda portuense no maior evento académico da cidade. Na eminência de festejar 10 anos de carreira, os Souls of Fire acabaram de lançar o seu mais recente trabalho, “Subentender”, depois de em 2006 se terem estriado com o seu primeiro album de originais, “Comunicar”. Com a sua obra, os Souls of Fire têm conseguido cativar as gerações mais jovens, projectando simultaneamente o valor do reggae português além fronteiras. Um “bem haja” para esta banda lusa.

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Reportagem por Francisco Branquinho e Sandrina Maltez