E ao 3º dia de queima, a primeira grande enchente! Segunda-feira não costuma ser um dia muito popular na Queima do Porto, seja porque é o dia anterior ao cortejo ou porque é preciso descansar dos 2 dias anteriores. Mas o grande nome do cartaz deste ano estava marcado para ontem. Franz Ferdinand estavam prometidos, e havia grande antecipação no recinto em relação à actuação deles.

Mas a noite começou com Slimmy, o autor de “Beatsound Loverboy”, que é single e também álbum de estreia. O mais recente trabalho dele, “Be Someone Else”, é editado no final deste mês, e puderam-se ouvir vários temas novos durante o concerto. Slimmy que até estava a “jogar em casa”, como o próprio referiu, sendo natural do Porto e tendo estudado cá. Com um baterista novo, e mais 2 elementos adicionados ao grupo (guitarrista e dj), Slimmy sente-se mais livre na sua interpretação em cima do palco, não estando sempre agarrado à guitarra. Os novos temas não são um corte radical com o trabalho anterior, mas há mais rock e mais electrónica, embora não ao mesmo tempo. Foi um concerto especial para Slimmy, que depois terá ido lembrar os tempos de estudante.

 Entrevista aos Slimmy (13.48 MB)

Recinto junto ao palco cheio para ver os Franz. Esses com nome de catalisador da 1ª grande guerra. Pois bem, eles começaram o concerto exactamente da mesma maneira como começaram o seu 1º álbum. “Jacqueline” começa calma e melancólica, mas quando abre um minuto depois traz uma energia contagiante que imediatamente se espalhou por todos os estudantes de frente para o palco. “No You Girls”, single do último álbum, veio a seguir e mostrou que “Tonight: Franz Ferdinand” não passou despercebido pelo público português. “The Dark of the Matinée”, “Do You Want To”, “Take Me Out”, “What She Came For” e “Ulysses” foram momentos altos. Uma sessão de percussão, já vista em Paredes de Coura e no Campo Pequeno no ano passado, juntou os 4 elementos da banda na frente do palco em estilo “Stomp”, antes da saída de palco. Ainda havia mais. Estes Franz Ferdinand que estão em digressão desde o lançamento do seu último álbum, no início do ano passado, estavam decididos a dar o melhor concerto dos últimos anos na Queima do Porto. Durante todo o concerto o público pediu para eles incendiarem a cidade. “This Fire” só chegou perto do final, mas esteve a ser cantado pelo público nos intervalos das músicas durante mais de uma hora. E quando finalmente chegou foi a apoteose do que um concerto devia ser, e ninguém ficou quieto. Um final alucinante com “Lucid Dreams”, a mostrar o lado electrónico dos Franz Ferdinand, com os elementos da banda a saírem um a um até sobrar apenas o baterista. Este terá decidido ver o que era essa coisa de “barraquinhas” e vai daí também se pôs a andar. Melhor concerto na Queima do Porto dos últimos anos.